Apreensão de Araras-Azuis-De-Lear em cativeiro acende alerta em Mairiporã
Descubra a recente apreensão de araras-azuis-de-lear em Mairiporã e entenda os riscos à sobrevivência dessas aves ameaçadas.
No último sábado (27), a Guarda Municipal de Mairiporã, São Paulo, salvou um casal de araras-azuis-de-lear que estavam mantidas em cativeiro em uma chácara local. A mulher responsável pelo local foi presa por maus-tratos e por desrespeitar a Lei de Crimes Ambientais.
Maus-tratos a animais silvestres
Os guardas municipais ouviram os grasnados característicos das aves durante um patrulhamento pela chácara. Ao fazerem a averiguação, descobriram que as araras estavam com as asas cortadas e vivendo em um ambiente inadequado. A mulher de 21 anos que cuidava do local, não possuía a licença necessária para manter os animais em cativeiro.
Relevância da situação
As araras-azuis-de-lear estão classificadas como “em perigo” na lista vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) e são consideradas espécies ameaçadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Segundo o ornitólogo Matheus de Moraes dos Santos, a principal ameaça à sobrevivência dessas aves é o tráfico, a caça e a perda de habitat.
Após a apreensão, os animais foram encaminhados ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) do estado e, quando estiverem recuperados, serão devolvidos ao seu hábitat natural no sertão baiano.
Aumento preocupante nas apreensões
Existe uma preocupação crescente com o aumento das apreensões dessa espécie. Segundo Dener Giovanini, fundador da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais (Renctas), os números de apreensão desse animal aumentaram significativamente, sendo que essas estatísticas podem representar um cenário de subnotificação.
Giovanini destaca que esse não é um caso de tráfico amador, mas sim um esquema altamente profissionalizado, estruturado por pessoas com poder e dinheiro. Ele ressalta que a arara-azul-de-lear é uma espécie endêmica da região do Raso da Catarina, no norte do sertão baiano, e que existem cerca de 2.273 indivíduos na vida livre, o que torna a situação ainda mais delicada.
Casos recentes de apreensões
Em março do ano passado, houve a divulgação de um vídeo em redes sociais onde seis araras-azuis-de-lear estavam presas em uma pequena gaiola. Em outro caso, em maio, autoridades do aeroporto internacional de Daca, capital de Bangladesh, confiscaram três exemplares da espécie que estavam sendo transportados ilegalmente para o país.
Recentemente, em julho, 29 exemplares da Arara-azul-de-lear foram apreendidos em um depósito clandestino próximo à capital do Suriname, Paramaribo. Este foi o maior confisco da espécie desde 1978, quando a arara-azul-de-lear foi descoberta na natureza pelo cientista Helmut Sick.
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