Após cheia, Rio Acre pode passar por seca intensa
A situação atual de seca do Rio Acre contrasta com o início do ano quando recebeu um total de 438 milímetros de chuva
O Rio Acre, localizado em Rio Branco (AC), enfrenta uma situação preocupante. Pouco mais de dois meses após uma enchente devastadora que afetou mais de 70 mil pessoas e atingiu a segunda maior cota histórica desde 1971.
Já em maio, o manancial registrou apenas 2,52 metros, a menor marca para o mês nos últimos cinco anos. Especialistas alertam que essa baixa no nível das águas pode indicar a possibilidade de um período de seca que pode se antecipar e se tornar cada vez mais frequente em um menor espaço de tempo.
A situação atual do Rio Acre contrasta com o início do ano, quando o manancial transbordou e a região recebeu um total de 438 milímetros de chuva. Agora, o principal afluente do estado está abaixo de 4 metros, preocupando as autoridades com a possibilidade de uma seca severa em 2024.
Baixo índice de chuva no Rio Acre
Vários fatores contribuem para esse baixo índice de chuvas na região. Especialistas apontam a influência de sistemas climáticos, como o El Niño, o baixo índice de chuvas na região e as mudanças no ciclo hidrológico causadas pela emissão de gases de efeito estufa. Esses elementos estão relacionados à irregularidade nas chuvas e aos extremos climáticos de cheias e secas que têm sido observados.
O coronel Carlos Batista, coordenador da Defesa Civil Estadual, afirmou ao G1 que o nível do Rio Acre está abaixo do mesmo período em 2023, o que pode indicar uma seca intensa em 2024. O estado está se preparando com planos de contingência para amenizar os impactos de uma possível estiagem prolongada.
Escassez hídrica
A falta de regularidade nas chuvas também afeta o processo de evaporação e precipitação da água. Estudos realizados pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) indicam uma diminuição média de 40% da disponibilidade de água na bacia Amazônica até 2040, além do aumento da frequência de dias secos.
Autoridades municipais já estão se preparando para uma possível escassez hídrica. Um plano de contingência de escassez hídrica está pronto para ser colocado em prática em Rio Branco. No entanto, ainda não foram divulgados detalhes sobre as medidas que serão adotadas.
Embora ainda não haja evidências de um cenário em que o Rio Acre “morra”, especialistas alertam que a possibilidade de aumento da intermitência do manancial, ou seja, a ocorrência mais frequente de períodos de seca, é preocupante. O desmatamento também é apontado como um fator preponderante, pois afeta o solo e o transporte de água.
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