Apoio de setores do agro a Bolsonaro "foi questão de momento", diz presidente da CNA Apoio de setores do agro a Bolsonaro "foi questão de momento", diz presidente da CNA
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Apoio de setores do agro a Bolsonaro “foi questão de momento”, diz presidente da CNA

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Diego Amorim
3 minutos de leitura 08.12.2021 11:47 comentários
Brasil

Apoio de setores do agro a Bolsonaro “foi questão de momento”, diz presidente da CNA

Em coletiva há pouco para um balanço de 2021, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), João Martins (foto), questionado por O Antagonista, disse que o apoio de setores do agronegócio a Jair Bolsonaro em manifestações ao longo do ano "foi questão de momento"...

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Apoio de setores do agro a Bolsonaro “foi questão de momento”, diz presidente da CNA
Foto: Reprodução

Em coletiva há pouco para um balanço de 2021, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), João Martins (foto), questionado por O Antagonista, disse que o apoio de setores do agronegócio a Jair Bolsonaro em manifestações ao longo do ano “foi questão de momento”.

“A CNA foi e continuará a ser apolítica. Entendemos que houve algumas manifestações, mas foi questão de momento”, afirmou.

A Aprosoja chegou a participar massivamente dos atos golpistas de 7 de Setembro, inclusive garantindo dezenas de caminhões na Esplanada dos Ministérios — o presidente da entidade chegou a ser alvo da Polícia Federal, como noticiamos. No mês seguinte, também como registramos, a sede da Aprosoja em Brasília foi depredada e vandalizada por integrantes do movimento Via Campesina Brasil.

O presidente da CNA afirmou que “cada um de nós pode ter a sua preferência política”, mas defendeu que a confederação não se envolva institucionalmente nessas questões.

“Estamos em uma democracia e, na agropecuária, não pode ser diferente (…), mas eu acho que o setor tem é de preparar o material [para apresentar aos candidatos] e mostrar as nossas deficiências.”

Em outro momento da coletiva, o dirigente do setor acrescentou que o diálogo com o governo Bolsonaro se dá por meio dos ministérios da Agricultura e da Infraestrutura. Ele falou em “política classista”, não partidária.

“[O diálogo com o governo Bolsonaro] é um diálogo, franco, aberto e fácil. Isso facilita as nossas reinvindicações. O que nós pedimos deste governo? Temos problemas de escoamento da produção, de infraestrutura. Temos de mudar leis, e temos a Frente Parlamentar [no Congresso] que intermedia essas questões. Com este governo, nossa ligação não é de política partidária, é política classista.”

Em conversa com O Antagonista, uma liderança do agro no Nordeste criticou a postura do presidente da República diante do agro:

“Bolsonaro repete o método petista: anuncia perdão de dívidas de produtores rurais inadimplentes em troca de popularidade. Já para os produtores com suas operações em dia, nenhum apoio: só juros e diesel altos.”

Leia também: “O agro é pop, o agro é tech, mas o agro é teimoso”

Na coletiva desta quarta-feira (8), a CNA divulgou que a previsão para 2022 é uma safra de grãos recorde (289 milhões de toneladas, 14% a mais que a safra deste ano), favorecida pelo clima. Já o custo de produção deve ser um dos mais altos da história, em razão de um esperado cenário de inflação dos insumos.

Apesar do ano eleitoral e do ambiente de incertezas, a expectativa para o próximo ano é de um crescimento do PIB do agronegócio entre 3% e 5% em relação a este ano. Em 2021, esse PIB deverá fechar o ano com expansão de 9,37% ante 2020.

No comércio internacional, as exportações do agronegócio (grãos, carne bovina in natura, açúcar de cana em bruto, farelo de soja e carne de frango in natura) bateram recorde no acumulado de 2021 de janeiro a novembro, atingindo o valor de US$ 110,7 bilhões. Na comparação com igual período do ano passado, o salto foi de 18,4%. Os principais destinos continuaram sendo a China, em primeiro lugar, seguida de União Europeia, Estados Unidos, Tailândia e Japão.

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Diego Amorim

Se formou em jornalismo pela UnB. Trabalhou no Blog do Noblat e no Correio Braziliense. Gosta da notícia e dos bastidores dela em qualquer área. Entre outros prêmios, ganhou duas vezes o Esso de Informação Econômica e duas vezes o Embratel. Está em O Antagonista desde abril de 2016, quando se juntou à equipe para a cobertura do impeachment de Dilma Rousseff. Desde então, não tem dado sossego a políticos de todos os partidos em Brasília. É chefe de redação de O Antagonista em Brasília.

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