Apesar da rejeição, União Brasil insiste em Elmar Nascimento
"Elmar hoje é o candidato mais viável", declarou o presidente do partido, Antônio Rueda
O presidente do União Brasil, Antonio Rueda, está irredutível quanto ao recuo da candidatura de Elmar Nascimento, líder do partido na Câmara dos Deputados, ao comando da Casa de Leis. Pressionado após a candidatura de Hugo Mota, líder do Republicanos, se consolidar, Rueda afirma que o nome do deputado baiano “é o mais viável” e que é “zero” a chance de ele desistir.
O presidente da sigla reforçou que a decisão do presidente do Republicanos, Marcos Pereira, de abrir mão de disputar o comando da Casa para apoiar Hugo Motta (Republicanos-PB) não afeta na candidatura do União.
“Elmar é candidato. Se Marcos (Pereira) não se viabilizou, não é culpa nossa. Elmar hoje é o candidato mais viável”, declarou Rueda.
O líder do União Brasil recebeu antecipação de apoio de algumas legendas, como PDT, PSB e PSDB, mas o “baixo clero da Câmara” segue rejeitando o nome de Elmar por julgar que ele privilegia o diálogo com parlamentares considerados mais relevantes.
Implosão
A corrida pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na Presidência da Câmara dos Deputados tomou novos rumos com a desistência do presidente do Republicanos, Marcos Pereira. Agora, Hugo Motta (PB) – líder do partido da Casa – é visto como um candidato que poderia agregar tanto votos da oposição quanto da base do governo Lula.
Por essa razão, Lira ainda resiste em proclamar qual será seu candidato à Presidência da Câmara. Elmar Nascimento – líder do União Brasil na Casa – ainda trabalha para receber as bênçãos de Lira, mas alguns líderes parlamentares admitiram a O Antagonista que a entrada de Motta na disputa embolou o jogo.
A começar pelo terceiro nome envolvido na disputa: Antonio Britto (BA) – líder do PSD na Câmara. Marcos Pereira, conforme apurou este portal, conversou nesta terça-feira com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmando que poderia sair da disputa caso o Britto também topasse apoiar um nome de consenso, que seria Motta. Kassab sinalizou a Pereira que tentaria convencer Britto a deixar a disputa, mas não houve nenhuma confirmação de que o deputado baiano abandonaria a briga nessa reta final para apoiar Motta.
A candidatura de Motta tem a simpatia do presidente Lula, mas é vista com desconfiança por alguns integrantes do PT. Isso porque, Motta é próximo de Ciro Nogueira, presidente do PP, e votou pelo impeachment de Dilma Rousseff. Ele também foi da base governista ao longo do governo Michel Temer (MDB).
Além disso, alguns petistas argumentam que Hugo Motta tem um histórico de embates públicos com o governo.
Lira, no entanto, tem avaliado que não pode fazer uma “aposta errada” e percebeu nesta semana que Elmar Nascimento não conseguiu reduzir sua resistência entre os colegas de parlamento. Nesse xadrez, Motta, mesmo com uma certa resignação dentro do PT, poderia reunir tanto petistas quanto bolsonaristas em uma mesma candidatura. Algo que só Lira conseguiu. E Lira não quer errar nessa reta final de gestão.
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