Alvo da E$quema S, advogado da cassação de Cunha recebeu 7 milhões para blindar bancas no TCU
Na Operação E$quema S, a Lava Jato do Rio afirmou que o advogado Marcelo Nobre foi contratado pela Fecomércio apenas para impedir que ministros do Tribunal de Contas da União fiscalizassem contratos de outras bancas de advocacia com a entidade...
Na Operação E$quema S, a Lava Jato do Rio afirmou que o advogado Marcelo Nobre foi contratado pela Fecomércio apenas para impedir que ministros do Tribunal de Contas da União fiscalizassem contratos de outras bancas de advocacia com a entidade.
O contrato com Nobre foi fechado em julho de 2016 e previa pagamento total de R$ 47,2 milhões, mas como foi rescindido antes do prazo, em fevereiro de 2017, o advogado recebeu R$ 7,5 milhões durante seis meses.
Nobre conseguiu o contrato por influência de Adriana Ancelmo, segundo o Ministério Público Federal. “O contrato é absolutamente genérico, e teve como singelo objeto a prestação de serviços jurídicos em processos que tramitam junto ao Tribunal de Contas da União, sem que sequer fossem elencados quais processos estariam nesse pacote”, diz o órgão.
E-mails obtidos pela investigação, porém, revelam que uma das únicas peças apresentadas por Nobre ao TCU tinha por objetivo blindar o acesso dos ministros a contratos de escritórios de advocacia com Orlando Diniz (veja abaixo).
Segundo a investigação, ao menos R$ 151 milhões pagos a essas bancas foram desviados da Fecomércio, Sesc e Senac, para ajudar Diniz a manter o controle sobre as entidades sem fiscalização.
No pedido de busca sobre o escritório de Nobre, a Lava Jato anexou um pedido feito por Nobre em dezembro de 2016 ao ministro Weder Oliveira, do TCU, para que os contratos com as demais bancas não fossem analisados pelo tribunal ou que ao menos permanecessem em sigilo.
“Mostra-se inconteste, portanto, que MARCELO ROSSI NOBRE não prestou os serviços indicados no contrato firmado com a Fecomércio-RJ. O mencionado contrato é ideologicamente falso, por conter dados inverídicos no tocante aos serviços contratados. Com efeito, o mencionado contrato foi firmado para ocultar e dissimular a origem, natureza, disposição, movimentação e a propriedade de recursos desviados do SESC/RJ, SENAC/RJ e Fecomércio-RJ, convertendo em ativos lícitos o produto de crimes praticados pela organização criminosa e tendo como propósito distanciar o dinheiro de sua origem ilícita”, concluiu o MPF.
Marcelo Nobre defendeu, naquele mesmo ano de 2016, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha em seu processo de cassação.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)