Aluna da USP que embolsou dinheiro de formatura é condenada
Acusada por desviar quase R$ 1 mi de fundo de formatura, Alicia foi condenada por estelionato. Juiz destaca traição de confiança da aluna
A Justiça de São Paulo condenou Alicia Dudy Muller, estudante de medicina da Universidade de São Paulo (USP), a cinco anos de prisão por estelionato. Alicia desviou quase R$ 1 milhão dos fundos arrecadados para a festa de formatura de sua turma. A pena será cumprida em regime semiaberto, e a sentença ainda prevê o pagamento de indenização no mesmo valor aos lesados. A defesa da ré já manifestou intenção de recorrer da decisão.
O juiz Paulo Eduardo Balbone Costa, da 7ª Vara Criminal da Capital, ressaltou na sentença que Alicia utilizou sua posição de presidente da comissão de formatura para desviar os recursos acumulados ao longo de meses.
Ele enfatizou a gravidade do crime ao sublinhar que a estudante traiu a confiança de seus colegas, o que, segundo o magistrado, aumenta a gravidade do estelionato, informou reportagem do G1.
Contexto do Caso
O escândalo veio à tona após Alicia enviar mensagens via WhatsApp alegando ter perdido todo o dinheiro investido em uma corretora. A estudante afirmou ter sido enganada pela empresa, o que levantou suspeitas entre os colegas. Uma das vítimas registrou uma ocorrência, dando início à investigação policial.
A polícia solicitou a prisão preventiva de Alicia, mas o pedido foi negado pela Justiça. O Ministério Público argumentou que o caso se tratava de estelionato e não de apropriação indébita, solicitando uma lista detalhada dos prejuízos individuais dos alunos afetados.
A diferença entre os dois crimes está na natureza do engano: no estelionato, a fraude ocorre antes da posse do bem, enquanto na apropriação indébita, a posse é inicialmente legal, mas a apropriação ocorre de forma irregular posteriormente.
A investigação incluiu a análise de dispositivos eletrônicos de Alicia, como celulares, smartwatch, cartões bancários e um HD externo. Foi descoberto que um tablet, adquirido com o dinheiro desviado, fosse leiloado, e o valor arrecadado revertido para entidades beneficentes. Além disso, um carro de luxo alugado com os fundos dos alunos foi devolvido à empresa em fevereiro.
Defesa de aluna vai recorrer
Em resposta à sentença, o advogado de Alicia, Sérgio Ricardo Stocco, afirmou que vai recorrer da decisão. Ele tomou ciência da condenação recentemente e está preparando os argumentos para a apelação.
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