Aliados de Bolsonaro questionam prisão de Braga Netto
Para o senador Rogério Marinho, a detenção representa um "novo atropelo" de Moraes ao devido processo legal
Aliados de Jair Bolsonaro continuam a criticar a prisão do general Walter Braga Netto. Como mostramos, o ex-presidente quebrou o silêncio e questionou nas redes sociais a argumentação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a obstrução das investigações.
“Como alguém pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?” escreveu no X, se referindo ao inquérito da Polícia Federal que indiciou 37 pessoas e foi encaminhado ao Ministério Público.
A manifestação foi apoiada por líderes do PL, como o deputado Hélio Lopes, que compartilhou a publicação escrevendo: “Como?”.
O senador Rogério Marinho afirmou que a prisão representa um “novo atropelo” de Moraes ao devido processo legal.
“A prisão do General Braga Neto por supostos diálogos mantidos com os pais de Mauro Cid, há mais de um ano, revela novo atropelo do Ministro Alexandre de Moraes ao devido processo legal.Não existindo qualquer fato novo que justificasse a prisão cautelar, a pretensa obstrução à justiça não só não se sustenta, como revela novo prejulgamento de um juiz parcial, com a finalidade de antecipar o cumprimento da pena.o fim do ano está chegando, parece importante continuar a esquentar a narrativa , que claramente não encontrou eco na sociedade”, escreveu.
A deputada Júlia Zanatta compartilhou um trecho da música “Como Nossos Pais”, de Elis Regina, com destaque para a frase “por isso cuidado há perigo na esquina”.
Já a deputada Bia Kicis afirmou que o objetivo da investigação era prender Jair Bolsonaro.
O único filho de Bolsonaro a se manifestar até o momento, Eduardo Bolsonaro, compartilhou o vídeo de Kicis e escreveu: “Falando para a mídia brasileira exatamente o que levamos para o mundo inteiro.”
Braga Netto é o primeiro general quatro estrelas preso na era democrática. Ele é investigado por suposta participação no planejamento e financiamento da tentativa de golpe após a eleição de Lula em 2022. A operação que resultou na prisão contou com apoio do Exército.
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A prisão de Braga Netto
A prisão prisão de Braga Netto é parte da Operação Contragolpe, que apura uma tentativa de golpe de Estado e supostos planos de assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
O general Walter Braga Netto está sob custódia do Comando Militar do Leste, na Vila Militar, zona oeste do Rio de Janeiro.
A defesa alega que ele “não tomou conhecimento de qualquer documento relacionado a um suposto golpe”. Até o momento, não houve declaração oficial sobre a prisão.
Segundo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, há “fortes indícios” de que Braga Netto teve um papel mais relevante do que inicialmente identificado.
O relatório da PF, que também indiciou Jair Bolsonaro e outras 38 pessoas, sustenta essas acusações, mas os detalhes não aparecem nos protestos de bolsonaristas.
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