Aliados de Bolsonaro admitem que ele errou em disputa contra Marçal
O ex-presidente, no entanto, não pretende no curto prazo dar uma trégua ao ex-coach
Apesar de não ser manifestarem publicamente, aliados de Jair Bolsonaro afirmam que o ex-presidente da República errou ao travar uma disputa pública contra Pablo Marçal (PRTB) ao longo do primeiro turno da campanha para a Prefeitura de São Paulo.
Mas isso não significa um eventual desembarque bolsonarista, nem uma articulação por uma trégua entre os dois. Muito pelo contrário. Bolsonaro, conforme apurou este portal, aposta que Marçal ficará inelegível e que o ex-coach será obrigado a se reaproximar do grupo, sob pena de ser esquecido politicamente no futuro.
Antes do início da campanha eleitoral, Marçal procurou Jair Bolsonaro para pedir as bênçãos do ex-presidente. Como o capitão reformado já tinha firmado compromisso com Ricardo Nunes (MDB), Bolsonaro rechaçou qualquer tipo de apoio ao ex-coach.
Mas o clima entre os dois azedou após Marçal atacar o ex-presidente em vários momentos. Bolsonaro ficou incomodado com a maneira como o ex-coach tentou cooptar eleitores durante os atos de 7 de setembro e como Marçal usou a cadeirada de Datena para tentar atrair a compaixão do eleitor de direita.
“Usar um episódio desse da cadeirada, que ele provocou, para buscar se comparar comigo e com o Trump para conseguir o poder é lamentável”, disse Bolsonaro após a cadeirada.
Marçal, mesmo após o resultado do primeiro turno, não distensionou as relações com Jair Bolsonaro. Muito pelo contrário. Ele esticou ainda mais a corda ao exigir um pedido público de desculpas do ex-presidente.
“Bolsonaro está realmente enciumado comigo porque, na cabeça dele é o Messias, está até registrado no RG dele, ele não tira da cabeça que Deus chamou ele pra salvar o povo, mas, talvez pelo excesso, ele vai ficar inelegível até 2030. O ciúme dele para mim foi algo impressionante, não imaginei que seria nesse tanto”, disse o influenciador na terça-feira.
Nas palavras de um importante aliado de Jair Bolsonaro, “Marçal mostrou que é muito impulsivo, mas ele tem eleitorado. E isso é inegável. Faz mais sentido juntar forças, do que dividir espaço. O ex-presidente deveria pensar nisso.”
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