“Ali há só narrativas”, diz integrante da PGR sobre delação de Mauro Cid
Em entrevista ao jornal O Globo, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico dos Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da Procuradoria-Geral da República (PGR), criticou o acordo de delação premiada firmado pela Polícia Federal com o tenente-coronel Mauro Cid...
Em entrevista ao jornal O Globo, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico dos Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da Procuradoria-Geral da República (PGR), criticou o acordo de delação premiada firmado pela Polícia Federal com o tenente-coronel Mauro Cid.
Na visão de Frederico dos Santos, é necessário ainda se aprofundar as investigações. Para ele, poucas informações prestadas por Cid, de fato, foram provadas.
“Quando nós temos um acordo de delação, tudo que é dito precisa ser corroborado. Eu não posso dizer que uma peça dessa será proveitosa se isso não acontecer. Não faço críticas à PF nem a quem firmou o acordo, mas meu olhar é do órgão acusador e, nessa perspectiva, pode afirmar que ali há só narrativas e não há robustez para o oferecimento de denúncia”, disse o subprocurador ao jornal.
“O delator que se propõe a firmar esse tipo de acordo não basta possuir uma narrativa, ele tem que apontar os participantes de um crime e apontar, pelo menos, os caminhos até as provas para confirmarmos aquilo que ele falou. Por isso, há diversas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) anulando esses acordos porque as acusações se basearam tão somente nas delações”, acrescentou Frederico dos Santos.
Desde a operação Lava Jato, integrantes da PF e da PGR disputam o protagonismo dos acordos de delação premiada. E esse é mais um episódio.
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