Alckmin lamenta posse de Maduro, mas esteve em posse no Irã
Governo brasileiro decidiu manter a presença da embaixadora Glivânia Maria de Oliveira na posse do ditador mesmo após o regime sequestrar líder da oposição
O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), tratou a ilegítima posse do ditador venezuelano, Nicolás Maduro, como “lamentável” nesta sexta-feira, 10.
“Lamentável, mas o Brasil não reconheceu as eleições. A democracia é civilizatória e precisa ser fortalecida, as ditaduras suprimem a liberdade“, disse à CNN Brasil.
Apesar do presidente Lula (PT) não ter ido à posse, o Itamaraty enviou a embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira para representar o país, mesmo após o sequestro da líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, na véspera da solenidade.
A presença de Glivânia, contudo, não era confirmada por fontes ligadas ao governo brasileiro até esta sexta-feira, 10.
Leia também: “Embaixadora brasileira vai representar Lula na posse de Maduro“
Hipocrisia
Alckmin criticou a ilegítima posse de Maduro, mas esteve presente na posse do presidente iraniano, Masoud Pzeshkian, em julho do ano passado.
O novo secretário-geral do grupo Hezbollah, Naim Qassem, estava na foto em que o vice-presidente aparece com líderes terroristas.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 900 pessoas foram executadas pelo regime de Teerã somente em 2024.
De acordo com a Anistia Internacional, o regime iraniano é o país que mais executa pessoas no mundo.
Por duas vezes, o Brasil se absteve de condenar o Irã em votações na ONU por episódios de repressão a mulheres e por penas de morte na capital.
Maduro ainda está aqui
Como destacou a reportagem de capa da nova edição de Crusoé da semana, Lula fez várias referências ao filme Ainda estou aqui, de Walter Salles, para defender a democracia no evento alusivo aos atos de 8 de janeiro na quarta-feira, 8.
“Hoje, é dia de dizermos, em alto e bom som: ainda estamos aqui”, disse Lula.
“Ditadura nunca mais, democracia sempre. Se estamos aqui, é porque a democracia venceu. Caso contrário, muitos de nós talvez estaríamos presos, exilados ou mortos, como aconteceu no passado. Não permitiremos que aconteça outra vez. Se hoje podemos pensar diferente e expressar livremente nossos pensamentos, ideias e desejos, é porque a democracia venceu”, disse o petista.
“Estamos aqui para garantir que ninguém seja morto ou desaparecido em razão da causa que defende.”
Mas a narrativa de defesa da democracia de Lula não passa de um expediente para atacar inimigos políticos e desviar a atenção para os problemas nacionais, pois não resiste a uma mínima análise sobre a posição brasileira em relação à ditadura da Venezuela.
Nicolás Maduro ainda está por aqui.
E se o ditador continua no Palácio Miraflores, em Caracas, é porque o chavismo sempre contou com o suporte do PT.
Na quinta, 9, a líder da oposição María Corina Machado foi sequestrada após uma manifestação em Caracas. Ela foi obrigada a gravar vídeos para o regime. Lula não se pronunciou.
Nesta sexta, 10, Maduro tomará posse para um terceiro mandato e Lula será representado pela embaixadora brasileira em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira.
Leia mais: Crusoé: Novo chefe do Hezbollah estava a 3 metros de Alckmin na foto
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Comentários (1)
Jorge Alberto da Cunha Rodrigues
10.01.2025 15:39O Santo é tão incoerente e paradoxal quanto Lula e demais petistas. Para quem não sabe, Santo era a alcunha do Alckmin entre os empresários corruptos pegos pela Lava Jato.