Alckmin sobre máfia da merenda: “O pessoal da cooperativa era estelionatário”
Geraldo Alckmin disse na Jovem Pan que existe "muito exploração política" sobre a máfia das merendas escolares em São Paulo e que era preciso "colocar o dedo na ferida, porque é importante". O presidenciável do PSDB deu sua explicação para o caso: “Há uma lei federal...
Geraldo Alckmin disse na Jovem Pan que existe “muito exploração política” sobre a máfia das merendas escolares em São Paulo e que era preciso “colocar o dedo na ferida, porque é importante”.
O presidenciável do PSDB deu sua explicação para o caso:
“Há uma lei federal, talvez até bem-intencionada, para apoiar os pequenos agricultores. Coisa do PT, que gosta de fazer lei e tal; no fim cria cartório. Então você, quando recebe dinheiro federal, uma parte – não me lembro se é 20, 30% – tem que comprar da agricultura familiar. Eu [a rede estadual de ensino de São Paulo] tenho 3,8 milhões de alunos. Eu tenho 5 mil escolas. Como é que eu vou fazer para comprar de um por um de agricultura familiar? Eu tenho que cumprir a lei.
Uma parte tem que ser o edital só para isso. Você abre um edital só para o pequeno agricultor, para comprar, por exemplo, suco de laranja. É uma cooperativa de pequenos agricultores, e o camarada entra, participa da licitação, ganha pelo menor preço e entrega produto de qualidade – prejuízo zero.
Qual é o problema? É que o pessoal da cooperativa era estelionatário. Entregava suco de laranja mesmo, só que ele comprava dos grandes e lesava os cooperados. Ele estava usando uma lei, que teve uma boa intenção quando foi feita, para ganhar dinheiro. Ele pegava dos grandes fornecedores, entregava suco de laranja, dizendo que era do pequenininho.
Nós descobrimos – a Polícia Civil de São Paulo e o Ministério Público –, isso ocorreu em cinco estados, centenas de municípios, todos foram presos. Não tem envolvimento de um agente do governo. Por isso eu acho que temos de desburocratizar, simplificar, destravar, porque vai criando essas regras todas, até com boas intenções, mas no fundo como é que você controla tudo isso?”
Sobre a relação do escândalo com o seu governo, Alckmin disse:
“Quando nós descobrimos, um deputado da Assembleia Legislativa, um assessor dele tinha uma ligação com esse pessoal direta, indireta, aí a coisa virou política. Mas não tinha nada a ver com o governo. O governo que descobriu e não era só em São Paulo.”
Alckmin criticou a “cultura cartorial” brasileira, citando exemplos da obrigatoriedade do kit de primeiros socorros e extintores de incêndio nos carros.
“Todo mundo gastou dinheiro, depois não precisava mais.”
O tucano lembrou também a antiga obrigatoriedade, para que o trabalhador tivesse carteira assinada, de raio-x no tórax para fazer a “abreugrafia”.
“Nós é que vamos desburocratizar”, prometeu.
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