Alckmin é um vice sob medida para o PT?
Presidente do PSB, Carlos Siqueira
Carlos Siqueira se prepara para passar o comando nacional do PSB para o prefeito do Recife, João Campos, mas, no que depender dele, está encaminhada a manutenção da chapa Lula-Geraldo Alckmin (foto) para a disputa presidencial de 2026.
“Se o presidente decidir concorrer à reeleição— e eu espero que seja o caso — não manter o Alckmin como vice não seria uma atitude de bom senso. E eu sempre considerei o presidente Lula alguém de bom senso e com a capacidade de reconhecer que um vice melhor do que o Alckmin ele não encontraria no Brasil”, disse o dirigente partidário em entrevista ao Estadão.
“Alckmin é um homem que tem uma história bonita, longa, correta, além de ser um vice trabalhador e leal. O que mais se pode esperar de um vice?”, completou Siqueira.
Temer
Segundo o presidente do PSB, “nenhum presidente poderia desejar um vice melhor do que ele”. De fato, Alckmin tem se comportado de forma totalmente submissa a Lula, descambando para a bajulação escancarada com alguma frequência, o que levanta suspeitas sobre tudo não passar de um frio cálculo político.
O passado recente ajuda a entender o comportamento do vice-presidente, que atua também como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e não assumiu o governo nem enquanto Lula esteve internado em unidade de terapia intensiva (UIT) para cirurgia de emergência na cabeça.
“As experiências com o MDB na vice nunca foram das melhores, haja vista o [José] Sarney, depois o [Michel] Temer. Mas as escolhas são feitas por quem tem o direito de escolher. Vamos aguardar. É muito cedo“, disse Siqueira ao responder pergunta sobre a possibilidade de nova chapa entre PT e MDB.
Em 2016, quando Dilma Rousseff enfrentava processo de impeachment, Temer foi encarado pelos petistas como traidor, por supostamente não se esforçar o bastante para defender Dilma.
Ressalvas
Apesar de defender nova parceira com Lula, o presidente do PSB, cujo partido condenou a posse ilegítima de Nicolás Maduro na Venezuela, ao contrário do que fez o PT, disse que “esse será um momento importante para o governo acertar mais do que tem acertado”.
“As eleições municipais foram um recado muito duro do eleitor, porque ficou evidente uma vitória ampla das forças de centro-direita e até da extrema-direita. O partido do Bolsonaro foi o que mais teve candidatos disputando o segundo turno, enquanto a esquerda está no poder há praticamente dois anos”, comentou o dirigente partidário.
“Isso evidencia que há necessidade de uma autorrenovação da esquerda brasileira e, de forma geral, da esquerda mundial. Há um grau de insatisfação com os governos progressistas que precisamos não apenas constatar, mas assumir essa necessidade de autorrenovação”, analisou.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)