Agro fica de fora da regulamentação do mercado de carbono Agro fica de fora da regulamentação do mercado de carbono
O Antagonista

Agro fica de fora da regulamentação do mercado de carbono

avatar
Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 22.12.2023 08:43 comentários
Brasil

Agro fica de fora da regulamentação do mercado de carbono

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira, 21, a regulamentação do mercado de carbono no Brasil...

avatar
Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 22.12.2023 08:43 comentários 0
Agro fica de fora da regulamentação do mercado de carbono
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira, 21, a regulamentação do mercado de carbono no Brasil.

O objetivo do Projeto de Lei 2148/15 é criar o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), estabelecendo limites para as emissões e criando um mercado para a venda de títulos.

Vantagem competitiva

O relator do projeto, deputado Aliel Machado (PV-PR, foto), afirmou que o texto, que reúne várias propostas que tratam do tema, foi inspirado em experiências internacionais bem-sucedidas.

Nesse modelo, as empresas mais eficientes em termos ambientais terão uma fonte adicional de recursos por meio dos títulos. Já as empresas mais poluentes, que ultrapassarem o limite de emissões, terão um novo gasto com a necessidade de compra dos títulos compensatórios.

“O resultado disso é uma vantagem competitiva para quem mais contribuiu com o meio ambiente sadio”, disse.

O deputado ressaltou que o Brasil é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa, com cerca de 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono emitidas por ano. O objetivo da proposta é criar incentivos para reduzir as emissões e mitigar os impactos climáticos causados pelas empresas.

“Criamos mecanismos para incentivar, orientar e auxiliar os agentes econômicos a agirem de forma coerente com essa necessidade global, inibindo as emissões de gases de efeito estufa nos processos produtivos ou, quando não for possível evitar novas emissões, compensando-as”, afirmou o relator.

Agronegócio de fora da regulação

Durante as negociações, Aliel Machado atendeu a pedidos da Frente Parlamentar Agropecuária para excluir da regulamentação setores do agronegócio, como a produção de insumos ou matérias-primas agropecuárias.

Foi incluída, no entanto, a previsão de compensação ambiental para as emissões de gases provenientes de veículos automotores. Nesse caso, os proprietários dos veículos poderão comprar créditos de carbono. A regulamentação dessa regra ficará a cargo dos órgãos de trânsito dos estados e do Distrito Federal.

Geração de títulos

No que diz respeito à geração de títulos, serão consideradas ações como a recomposição, manutenção e conservação de áreas de preservação permanente (APPs), reserva legal ou uso restrito e unidades de conservação. Além disso, projetos de assentamentos da reforma agrária também poderão gerar créditos.

Povos indígenas e comunidades tradicionais serão autorizados a participar desse mercado por meio de associações.

Regulação

A proposta estabelece a criação de um mercado regulado de títulos de compensação e geração de créditos por emissões de gases de efeito estufa. Esse mercado será vinculado ao SBCE, que será desenvolvido em cinco fases ao longo de seis anos.

No mercado, serão negociadas cotas brasileiras de emissão (CBE) e certificados de redução ou remoção verificada de emissões (CRVE). Cada cota ou CRVE representará uma tonelada de dióxido de carbono equivalente (tCO2e). Dessa forma, cada certificado permitirá cancelar uma cota de emissão.

Após um período de adaptação, as atividades econômicas que têm mais dificuldades em reduzir as emissões por meio de processos tecnológicos poderão comprar cotas para poluir e certificados que comprovem a captação do que foi liberado na atmosfera, zerando assim a emissão líquida.

Empresas que emitem acima de 10 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente por ano estarão sujeitas a algum tipo de controle. Aquelas com emissões entre 10 mil tCO2e e 25 mil tCO2e terão que apresentar um plano de monitoramento das emissões, enviar um relatório anual de emissões e remoções de gases, além de cumprir outras obrigações estabelecidas pelo órgão gestor do SBCE.

Atividades com emissões acima de 25 mil tCO2e por ano também terão a obrigação de enviar anualmente ao órgão gestor um relatório de reconciliação periódica das obrigações.

Esses limites de emissão poderão ser ajustados considerando a relação custo-efetividade da regulamentação e o cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil perante a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (IPCC).

De volta ao Senado

Com as modificações realizadas na Câmara, o projeto que regulamenta o mercado de carbono no Brasil retornará ao Senado.

Com informações de Agência Câmara.

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

Janja se junta a Felipe Neto para xingar Elon Musk: passou dos limites?

Visualizar notícia
2

Crusoé: Empresa de Felipe Neto justifica isenção fiscal no Perse

Visualizar notícia
3

TCU vai investigar uso de recursos públicos no ‘Janjapalooza’

Visualizar notícia
4

Papo Antagonista: Sem compostura

Visualizar notícia
5

A vulgaridade de Janja

Visualizar notícia
6

Milei defende combate à fome e pobreza "sem o Estado"

Visualizar notícia
7

Crusoé: Relatório indica ligação entre África do Sul e Irã na demanda contra Israel em Corte da ONU

Visualizar notícia
8

Foragido do 8/1 é preso na fronteira da Argentina com o Chile

Visualizar notícia
9

Lula manipula dados sobre fome

Visualizar notícia
10

STF mantém prisão preventiva de Domingos Brazão

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

Foragido do 8/1 é preso na fronteira da Argentina com o Chile

Visualizar notícia
2

Crusoé: Empresa de Felipe Neto justifica isenção fiscal no Perse

Visualizar notícia
3

Lula manipula dados sobre fome

Visualizar notícia
4

A vulgaridade de Janja

Visualizar notícia
5

Milei defende combate à fome e pobreza "sem o Estado"

Visualizar notícia
6

STF mantém prisão preventiva de Domingos Brazão

Visualizar notícia
7

Janja se junta a Felipe Neto para xingar Elon Musk: passou dos limites?

Visualizar notícia
8

Poker online - Top sites e como jogar no Brasil em 2024

Visualizar notícia
9

Papo Antagonista: Sem compostura

Visualizar notícia
10

Em derrota para o Planalto, Senado flexibiliza regras para uso de emendas parlamentares

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

agronegócio Aliel Machado Câmara dos Deputados Frente Parlamentar Agropecuária mercado de carbono
< Notícia Anterior

Crusoé: “De volta para o passado”

22.12.2023 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Governadores do Nordeste embarcam na missão de eleger aliados em 2024

22.12.2023 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Redação O Antagonista

Suas redes

Instagram

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

INSS 19/11: Atenção pensionistas e aposentados ao reajustes nos pagamentos para 2025

INSS 19/11: Atenção pensionistas e aposentados ao reajustes nos pagamentos para 2025

Visualizar notícia
Times Brasil: Conheça o novo canal de jornalismo da NCBC

Times Brasil: Conheça o novo canal de jornalismo da NCBC

Visualizar notícia
Foragido do 8/1 é preso na fronteira da Argentina com o Chile

Foragido do 8/1 é preso na fronteira da Argentina com o Chile

Visualizar notícia
Crusoé: Empresa de Felipe Neto justifica isenção fiscal no Perse

Crusoé: Empresa de Felipe Neto justifica isenção fiscal no Perse

Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.