Agentes que acompanham ministros em aeroportos querem polícia própria
Os agentes de segurança que escoltam juízes, desembargadores e ministros de tribunais superiores em aeroportos do país -- e carregam suas malas -- querem a criação de uma polícia própria do Poder Judiciário. Nesta semana, O Antagonista revelou que os ministros do TST e do STJ são acompanhados por assessores que desempenham funções de "segurança e auxílio" em salas de embarque e desembarque...
Os agentes de segurança que escoltam juízes, desembargadores e ministros de tribunais superiores em aeroportos do país — e carregam suas malas — querem a criação de uma polícia própria do Poder Judiciário.
Nesta semana, O Antagonista revelou que os ministros do TST e do STJ são acompanhados por assessores que desempenham funções de “segurança e auxílio” em salas de embarque e desembarque — leia aqui, aqui e aqui.
O serviço, porém, engloba toda a Justiça Federal, segundo o presidente da Associação Nacional dos Agentes de Segurança do Poder Judiciário Federal (Agepoljus), Roniel Andrade. Ao todo, informou ele, são cerca de 6 mil funcionários que, entre outras atividades, exercem esse papel de acompanhar autoridades até a porta do avião em viagens oficiais.
Ainda de acordo com Andrade, esses profissionais são capacitados com treinamentos específicos e, em algumas ocasiões, andam armados nos terminais, com autorização do agente aeroportuário. Perguntamos se esses agentes também têm atribuição de carregar as malas dos ministros. O presidente da associação respondeu que sim e acrescentou que o trabalho de segurança não é comprometido em razão disso.
“A gente nunca opera com um [agente] só. Geralmente, é um agente de segurança que faz a parte da segurança em si e outro que faz o papel de um roadie, vamos dizer assim, que vai fazer a parte técnica da coisa.”
A “parte técnica da coisa” seria justamente carregar as bagagens das autoridades. No último sábado, nossa reportagem flagrou o ministro Benedito Gonçalves, do STJ, sendo acompanhado por dois desses agentes que carregaram as malas dele no aeroporto de Brasília. No aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, havia apenas um assessor — bem na saída do finger –, que também logo se apressou em tomar as duas maletas das mãos do ministro e levá-las até o carro.
Segundo o representante dos agentes de segurança, está avançado o plano de criar um “polícia própria do Poder Judiciário, uma polícia judicial institucional, no mesmo naipe da Polícia Legislativa”. Ainda de acordo com ele, alguns tribunais superiores, por meio de normativos, já atribuem a esses agentes “poder de polícia”.
“[O plano de criar a Polícia Judiciária] já está muito adiantado. Estamos num ponto em que a coisa está muito próxima.”
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