Agamenon: Fora dinheiro!
O mundo parou porque o Whatsapp, o Instagram e o Facebook saíram do ar. Desesperada, a humanidade não aguentou ficar sem acessar receitas, dicas de maquiagem, nudes, fakes news e políticos corruptos postando "selfies" roubando cofres públicos...
O mundo parou porque o Whatsapp, o Instagram e o Facebook saíram do ar. Desesperada, a humanidade não aguentou ficar sem acessar receitas, dicas de maquiagem, nudes, fakes news e políticos corruptos postando “selfies” roubando cofres públicos. Durante horas, ninguém lacrou nem foi lacrado, ninguém foi cancelado nem xingado de fascista, homofóbico, misógino, petralha, comunista ou globalista. Incapazes de viver num mundo desconectado, sem redes sociais, muita gente, deprimida, cortou os pulsos, se jogou da janela e se envenenou. Alguns fizeram as três coisas ao mesmo tempo.
Assim como a masturbação, o vício solitário da internet depende da mão. Mas, ao contrário do pecado mortal onanista, que acaba quando os pais batem na porta do banheiro, a dependência virtual não sossega nunca. O “cyberdependente” fissurado está sempre à procura de mais e mais likes e compartilhamentos. Fake news, fake nudes e fake people não param nunca! Os idiotas, que nos tempos do Nelson Rodrigues ficavam quietos no seu canto, hoje em dia passam 24 horas por dia fornecendo seus conteúdos e o que é pior: ganham uma baba com isso. Não posso negar que esses influenciadores também me influenciam. Me influenciam a fazer outras coisas.
Minha mãe sempre disse que eu não deveria ter escolhido a profissão de jornalista escroque e mau caráter. Segundo minha genitora, eu deveria ter abraçado a carreira de político, advogado ou economista, mas sempre tive algum escrúpulo. Vejam o caso do ministro Paulo Jegues, que é um cara que realmente entende de economia. Basta ver a grana preta (quer dizer, afrodescendente) que ele economizou e hoje está guardada numa offshore no exterior. Como um bom conservador careta, Jean Paul Guedes colocou seu rico dinheirinho nas Ilhas Virgens somente com fins de reprodução. Em sua defesa, o ministro Imposto Ipiranga disse que colocou sua fortuna lá fora com medo da Dilma e a deixou lá até hoje por medo dele mesmo.
Eu entendo estes milionários que mandam dinheiro para paraísos fiscais. Eles não querem que o dinheiro deles sofra no Brasil, que é um inferno fiscal, onde o ministro da Economia é o Satanás em pessoa e faz da vida do cidadão uma danação sem fim.
Nenhum brasileiro é santo, portanto, não pode ser aceito em paraíso fiscal, mas o seu dinheiro é. Da mesma maneira que o sujeito abonado faz com os filhos, que manda estudar na Suiça e intercambio na Austrália, o milionário brasileiro coloca seu dinheiro num país mais civilizado onde a “bufunfa” possa ter uma vida mais sossegada, sem tanta violência e injustiça social.
Há um claro (ou Vivo, Tim, Oi) conflito de interesses, porque cada vez que o dólar sobe, o ministro ganha ainda mais dinheiro. Pauno Guedes já falou mais de uma vez que o dólar alto é bom para as exportações. Ele mesmo exporta seu dinheiro para um paraíso fiscal que, aliás, se chama assim porque não tem nenhum fiscal para saber de onde a grana veio. Enquanto concessionário da Ipiranga, Guedes também está lucrando sempre que a gasolina sobe. Por conta disso, o ministro da Economia já está sendo sondado para trabalhar na Pfizer, na gestão de remédios “antibrochantes”.
Agamenon Mendes Pedreira tem uma offshore no interior do Maranhão.
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