Agamenon: Cafta aos brasileiros
O país vive um momento sombrio, em que mal se consegue enxergar a conta de luz no fim do túnel. Por insistência do presidento Jair Imbessias Bolsonazi, o Estado Democrático de Direito corre o risco de se transformar num Estado Miliciocrático de Direita...
O país vive um momento sombrio, em que mal se consegue enxergar a conta de luz no fim do túnel. Por insistência do presidento Jair Imbessias Bolsonazi, o Estado Democrático de Direito corre o risco de se transformar num Estado Miliciocrático de Direita. Alguma coisa não está cheirando bem, e é por isso mesmo que a Anitta resolveu lançar uma linha de perfume para as partes íntimas, lá onde o sol não bate, nas fragrâncias cofrinho lavando, Cocô Chanel e Paco Enrabanne. Isso prova que estamos no buraco escuro, úmido e profundo, e nem mesmo uma rolha descomunal pode conter toda a sujeira que será lançada a céu aberto nas próximas eleições, por falta de rede de esgoto neste país.
Pobre povo brasileiro, quer dizer, miserável povo brasileiro. Em outubro, teremos que escolher entre um ex-presidiário e um futuro detento. E, justamente no bicentenário da Independência, o atual chefe das Milícias Armadas está convocando a população para um quebra-quebra generalizado, coronelizado e capitaneado por ele. O objetivo sinistro é parafrasear d. Pedro I e gritar: “Se é para o bem do meu povo e instabilidade geral da nação, diga a todos que fico! E não saio nunca mais!”
Como diria Churchill, entre um charuto de maconha e outro: “A ditadura é o pior sistema político que existe, incluindo todos os outros”. Desde o fim da ditadura, o Brasil já elegeu presidentes de todos os matizes ideológicos e todos os sexos, menos uma mulher. Nossa democracia é ainda jovem, precisa amadurecer, tomar juízo, terminar a faculdade, arrumar um emprego e sair de casa. Infelizmente, está difícil arrumar uma vaga entre as principais economias do mundo, e é por isso que temos que continuar dando mesada até hoje para um jovem país que mal completou 500 anos.
Temos um sistema de votação eletrônica que funciona muito bem, em 110 e 220 volts. Graças à sua rapidez e eficiência, o Brasil saberá em poucas horas o nome daquele que vamos xingar de filho da p*!#* nos próximos quatro anos. Incitar a violência e fazer justiça com as próprias mãos (as quatro) é um perigo, principalmente porque a gente pode acabar apanhando feio. E temos que parar com esse negócio de imitar os estadunidenses (arghhh, eu prometi a mim mesmo que jamais voltaria a usar essa palavra horrível!) que invadiram o Capitólio obedecendo às ordens de um presidente lunático e mal penteado.
Portanto, é hora de deixarmos as diferenças de ladinho, taparmos o nariz e colocarmos de uma vez por todas em nossas mentes que está tudo uma bosta, mas, se Deus quiser, tudo pode piorar ainda mais.
Agamenon Mendes Pedreira é jurista de fim de semana.
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