Advogado de Bolsonaro diz que indiciamento é “midiático” e “parcial”
Os investigadores pediram nesta terça-feira, 19, o indiciamento de Bolsonaro com base no inquérito das fraudes em cartões de vacinação
O advogado de Jair Bolsonaro (PL), Fabio Wajngarten, classificou como “midiático” e “parcial”o pedido de indiciamento feito pela Polícia Federal contra o ex-presidente. Os investigadores pediram nesta terça-feira, 19, o indiciamento com base no inquérito das fraudes em cartões de vacinação.
Além de Bolsonaro, a PF também pediu o indiciamento do tenente-coronel Mauro Cid (ex-ajudante de ordens da Presidência da República) e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).
“É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial”, escreveu Wajngarten, que foi secretário de Comunicação no governo de Bolsonaro, nas redes sociais
O caso deve ser apreciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode arquivar ou apresentar denúncia.
Bolsonaro deu a ordem, disse Cid à PF
Como mostramos, a PF decidiu indiciar o ex-presidente por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações na investigação sobre seu cartão de vacinação.
Segundo o relatório da PF sobre o caso, o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, atribuiu ao ex-presidente a ordem para adulterar os registros do Sistema Único de Saúde (SUS).
“O colaborador MAURO CESA BARBOSA CID afirmou que o então Presidente da República ao tomar conhecimento de que MAURO CESAR CID possuía cartões de vacinação contra a Covid-19 em seu nome e em nome de seus familiares, ordenou que o colaborador fizesse as inserções para obtenção dos cartões ideologicamente falsos para ele e sua filha LAURA”, diz o documento, a que O Antagonista teve acesso.
O relatório segue: “Diante disso, MAURO CESAR CID, utilizando o mesmo modus operandi, solicitou a AILTON BARROS as inserções de dadas falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde, em benefício de JAIR MESSIAS BOLSONARO e LAURA FIRMO BOLSONARO. O colaborador ainda afirmou que imprimiu os certificados e entregou em mãos ao então Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO”.
Cid disse ainda que entregou os cartões “em mãos” a Bolsonaro.
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