Jair Bolsonaro conseguiu dizer que as ações recentes do TSE contra os críticos da urna eletrônica são mais graves do que a censura à imprensa na ditadura militar.

“É um absurdo o que acontece por aí nessas questões. Você pode criticar tudo, o papa, quem você bem entender. Agora, não pode criticar um sistema eleitoral?”, afirmou o presidente em entrevista à Rede Correio Sat, da Paraíba, nesta terça-feira (23).

Bolsonaro questionou decisões da corte eleitoral que desmonetizaram perfis nas redes sociais acusados de promover fake news. Também citou a cassação do bolsonarista Fernando Francischini na Assembleia Legislativa do Paraná, motivada por vídeos dele com notícias falsas sobre fraude nas urnas.

“Esse tipo de censura não existia no período militar. O que não era permitido, muitas vezes, era uma matéria ser publicada, daí o pessoal botava uma receita de bolo ou espaço vazio”, alegou o presidente.

O grande defensor da liberdade de expressão prosseguiu: “É porque eles [os inimigos do regime] davam recados, naquela época, para os seus comparsas aqui no Brasil através daquele tipo de matéria. Então, por isso que houve a censura naquele momento. Mas nem se compara com o que está acontecendo no momento aqui no Brasil”.

Bolsonaro e Lula, aquele grande admirador de Cuba e Nicarágua, podem se dar as mãos no gosto pela “censura do bem”.