ACM Neto lembra a Lula que União Brasil mudou de mãos
ACM Neto alega que falas do presidente Lula dificultam relacionamento institucional do partido União Brasil com o governo
O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (foto), que também é vice-presidente nacional do União Brasil, declarou que o partido enfrenta dificuldades em estabelecer um diálogo institucional com o governo do presidente Lula.
Segundo ACM Neto, as declarações recentes do presidente têm afastado ainda mais os membros do partido que já não possuem interlocução com a gestão federal.
“Não temos um diálogo institucional com o governo, e uma parte importante do partido faz questão de não ter. As declarações do presidente só afastam ainda mais aqueles que hoje não têm diálogo com o governo“, afirmou ACM Neto à Folha de S. Paulo, nesta terça-feira, 2, durante a celebração do 2 de Julho em Salvador.
Lula chama ACM neto de “grampinho“
Durante o evento cívico, Lula também esteve presente, desfilando ao lado de Geraldo Júnior (MDB), que é o principal pré-candidato de oposição ao atual prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), que é afilhado político de ACM Neto.
De acordo com o jornal paulistano, no dia anterior, em entrevista à rádio Princesa, na Bahia, Lula voltou a chamar ACM Neto pelo apelido pejorativo “grampinho“. O apelido foi dado nos anos 2000, quando o avô de ACM Neto, o então senador Antônio Carlos Magalhães (1937-2007), foi investigado por um esquema de grampos telefônicos ilegais na Bahia.
Resposta do vice-presidente do União Brasil
Em resposta às declarações de Lula, ACM Neto criticou o presidente por focar em “campanha política” ao invés de cuidar da economia do país. Ele acusou Lula de não trabalhar pelo equilíbrio das contas públicas e classificou como irrazoável o conflito entre o petista e Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central.
O União Brasil é o terceiro maior partido na Câmara dos Deputados, ficando atrás apenas do PL e da federação liderada pelo PT. Mesmo com três ministérios no governo Lula – Comunicações, Turismo e Integração Nacional – o partido enfrenta divisões internas significativas. Embora a maior parte da bancada seja de direita, cerca de metade dos 59 deputados do partido é alinhada ao governo Lula.
Mudança de comando
Depois de diversos embates políticos e policiais, Antônio de Rueda assumiu em 11 de junho a presidência do União Brasil, com ACM Neto como vice. A festa aconteceu em um clube de Brasília regada a uísque, canapés e políticos de diversos partidos políticos.
Na ocasião, o novo presidente destacou o foco na disputa municipal deste ano, onde a expectativa é de que a legenda tenha 2 mil candidaturas em todo o país, 14 em capitais. “O principal desafio do União do Brasil é, em 2024, eleger um número relevante de prefeituras e ter um número relevante de população governada no modo União”, disse o dirigente partidário.
Rueda assumiu o União Brasil depois de uma disputa política e policial contra o ex-dirigente da sigla, o deputado Luciano Bivar. O parlamentar foi afastado do partido em maio por suspeita de ameaçar Rueda. A tensão escalou quando duas casas da família do advogado em Pernambuco foram incendiadas. A Polícia Civil investiga o envolvimento de Bivar no caso. O deputado nega as acusações.
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