A força-tarefa de peritos do Instituto Médico Legal (IML) em São Paulo concluiu a identificação das 62 vítimas do acidente aéreo ocorrido em Vinhedo, no interior do estado. O desastre com a aeronave da Voepass aconteceu na última sexta-feira (9), e os trabalhos de identificação foram finalizados na quarta-feira (14). Os familiares de todas as vítimas já foram notificados.

O processo de identificação foi detalhado durante uma coletiva de imprensa realizada na sede da Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC) nesta quinta-feira (15). Grande parte dos corpos foi reconhecida através de impressões digitais, com o uso adicional de comparações de radiografias, exames odontológicos e fotos de tatuagens quando necessário.

Acidente Aéreo em Vinhedo: O Que Sabemos Até Agora?

O avião da Voepass caiu em uma área residencial em Vinhedo, especificamente no Condomínio Recanto Florido, bairro Capela. Apesar do impacto, não houve registro de vítimas entre os moradores das casas atingidas. A aeronave estava em plena condição de voo, conforme comunicado da companhia aérea.

Especialistas em aviação sugerem que a formação de gelo nas asas durante a viagem possa ter causado a queda do ATR-72. A região sobrevoada pela aeronave apresentava temperaturas em torno de -42ºC, o que cria condições climáticas extremamente instáveis para o voo, segundo Humberto Alves Barbosa, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Como Foi Realizada a Identificação das Vítimas?

Das 62 vítimas, 40 foram identificadas exclusivamente por impressões digitais, com o auxílio de documentos pessoais fornecidos pelas famílias. Outras sete pessoas foram reconhecidas por meio de digitais combinadas com características físicas adicionais, como tatuagens e cicatrizes. Quinze corpos exigiram a utilização de exames complementares para confirmar a identidade.

Mais de 40 profissionais, incluindo médicos, dentistas forenses, antropólogos e radiologistas, participaram da tarefa de identificação. A equipe do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD) e peritos da Polícia Federal também foram acionados para auxiliar no processo, além do suporte do Corpo de Bombeiros na retirada dos corpos dos destroços.

Quais São as Próximas Etapas da Investigação?

A Polícia Federal, a Polícia Civil e o Ministério Público continuam as investigações para determinar as causas do acidente e apurar responsabilidades. A Aeronáutica também está conduzindo uma investigação técnica através do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).

• Recuperação de dados da caixa-preta

• Análise das condições meteorológicas

• Avaliação de possíveis falhas mecânicas

• Entrevistas com técnicos de manutenção e pilotos

O gravador de voz da cabine revelou conversas do copiloto discutindo a possibilidade de aumento da potência da aeronave minutos antes da queda. Além disso, foram registrados gritos de pânico na cabine. Essas informações são cruciais para entender o que aconteceu nos momentos finais do voo.

Como a Voepass Está Lidando com as Consequências do Acidente?

A Voepass informou que todos os destroços da aeronave estão sendo reunidos e armazenados em Ribeirão Preto até que todas as famílias sejam indenizadas. A companhia está colaborando ativamente com as investigações e revisando seus procedimentos de segurança para evitar futuros incidentes. As famílias das vítimas estão recebendo suporte psicológico e logístico para o reconhecimento e liberação dos corpos.

A tragédia trouxe à tona discussões sobre a segurança aérea no Brasil e os desafios enfrentados pelas companhias em operar em condições meteorológicas adversas. A comunidade aeronáutica e os órgãos reguladores estão atentos aos desdobramentos para implementar melhorias.

Em meio à dor e à busca por respostas, a conclusão da identificação das vítimas é um passo importante para trazer um pouco de paz às famílias. Continuaremos acompanhando cada nova descoberta sobre o que levou a esse trágico acidente.