Abertura de inquérito contra Bolsonaro coloca CPI da Covid em situação delicada
A abertura de inquérito para apurar se Jair Bolsonaro prevaricou no caso da Covaxin coloca a CPI da Covid numa situação delicada...
A abertura de inquérito pela Procuradoria-Geral da República para apurar se Jair Bolsonaro prevaricou no caso da Covaxin coloca a CPI da Covid numa situação delicada.
Se antes o colegiado tinha motivo para negar pedido de informações da Procuradoria-Geral da República, dizendo que não haveria um escopo definido na solicitação, agora, uma negativa pode ser vista como um meio de atrapalhar as investigações.
“A PGR pode solicitar material para corroborar o inquérito, mas os pedidos devem ser limitados ao objeto do pedido de investigação. E não seria certo a CPI negar acesso, pois há uma missão republicana em curso“, afirmou o constitucionalista Guilherme Amorim a O Antagonista.
E essa “proibição” em negar o fornecimento de informações pode dar ao governo uma abertura para coletar informações de contrainteligência.
Vale lembrar que há sobre o atual PGR, Augusto Aras, uma certa desconfiança, porque ele tem deixado de abrir investigações contra Bolsonaro por todos os atos cometidos até agora na pandemia, além de declarações que afrontam a democracia e as instituições.
Como já mostrou este site, o pedido feito por Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Fabiano Contarato (Rede-ES) foi considerado açodado. Alguns senadores chegaram a dizer que o pedido da PGR faria parte de uma “estratégia do Planalto” para esfriar o assunto e enterrar a CPI.
E integrantes da CPI, até mesmo do grupo chamado G7 — formado por senadores de oposição e independentes —, começaram a ter pequenas discussões nos bastidores por causa do inquérito.
Outros parlamentares afirmaram que, após o pedido de investigação, governistas alegarão que o caso já está nas “instâncias competentes” e trabalharão para, no mínimo, tirar Jair Bolsonaro do foco.
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