Pré-candidato à prefeitura de São Paulo, o coach Pablo Marçal (PRTB, à esquerda na foto) lançará nesta quinta-feira, 27, uma mentoria com o influenciador digital do meio fitness e réu por tráfico de drogas Renato Cariani (à direita), visando o cuidado com a saúde.

Apesar possível impacto negativo que a parceria possa causar em sua campanha, Marçal afirmou não se preocupar em associar sua imagem a um acusado de desviar produtos químicos para a produção de entorpecentes.

“Minha preocupação é ver o presidente da República”, disse o pré-candidato do PRTB ao Uol, citando o processo de condenação do presidente Lula (PT) na Lava Jato.

“A empresa dele é bilionária, alguém pegou 50 notas fiscais em um universo de 25 mil. Acho uma canalhice chamar o cara disso para destruir a reputação dele. Ele é um homem honrado, gosto dele, ele mudou a minha vida e vai continuar mudando a vida de mais gente. Não quero que as pessoas morram por causa de obesidade, que morram sem ter certeza no coração que podem prosperar”, acrescentou Marçal ao defender Cariani.

Leia mais: Tabata rebate provocação de Marçal: “Não sou ex-coach messiânica”

Sem fins políticos

Ao site, Cariani afirmou que a relação de amizade mantida com Pablo Marçal não tem fins políticos.

“Lamento que um problema com a empresa da qual sou sócio seja usado para atingir politicamente um influenciador com quem faço parceria de conteúdo”, disse.

“Estamos falando de três assuntos sem nenhuma conexão: uma empresa, minha atividade pessoal e a candidatura política de um outro influenciador. A empresa da qual sou sócio, que tem reputação ilibada no mercado há mais de 40 anos, foi alvo de uma armação de golpistas. Eu e minha sócia somos vítimas, e isso já está sendo comprovado na Justiça”, completou.

Cariani, réu por tráfico de drogas

Como mostramos, Renato Cariani é réu por tráfico de drogas, associação ao tráfico e lavagem de dinheiro na Justiça paulista. Ele foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por desvio de substâncias químicas para a produção de drogas.

Além do influenciador fitness, outras quatro pessoas se tornaram rés por tráfico de drogas, entre eles Roseli Dorth, sócia-administrativa da indústria química Anidrol, empresa pertencente a Cariani, e Fábio Spinola, amigo de Cariani.

As investigações tiveram início em 2019, quando a farmacêutica AstraZeneca denunciou fraudes em notas fiscais emitidas pela Anidrol. A empresa suspeitava do desvio de produtos químicos, os quais eram destinados à produção de entorpecentes. Fábio Spinola também é acusado de realizar depósitos em espécie na conta da Anidrol em nome da AstraZeneca, utilizando um falso e-mail.

Leia mais: Bolsonaro afasta Marçal e dá medalha de ‘imbrochável’ a Nunes

Em nota, a defesa do influenciador Renato Cariani negou que ele esteja envolvido em qualquer esquema criminoso.

“Renato Cariani jamais fez parte de qualquer tipo de esquema criminoso. Nas últimas semanas, inclusive, o Tribunal de Justiça reconheceu a ilegalidade da apreensão de seu passaporte e determinou sua imediata restituição. Renato e sua sócia, Roseli Dorth, construíram uma empresa digna, que tem reputação ilibada no mercado há mais de 40 anos. Os empresários foram vítimas de um sofisticado esquema de desvio de produtos da empresa que construíram com trabalho digno e de uma acusação abusiva. Temos absoluta convicção de que ele será inocentado pela Justiça”, disse o advogado Aldo Romani Netto.