“A opinião mediana do mercado é que o processo de reformas continuará no próximo governo”
José Fucs, do Estadão, perguntou a Tony Volpon, economista-chefe do banco suíço UBS no Brasil e ex-diretor do Banco Central, o que pode acontecer se a reforma da Previdência não for aprovada pelo Congresso.Eis a resposta...
José Fucs, do Estadão, perguntou a Tony Volpon, economista-chefe do banco suíço UBS no Brasil e ex-diretor do Banco Central, o que pode acontecer se a reforma da Previdência não for aprovada pelo Congresso.
Eis a resposta:
“Se a reforma da Previdência não passar agora, o Congresso estará apenas retardando a sua aprovação para depois da eleição. A opinião mediana do mercado – obviamente há vozes dissidentes – é que o processo de reformas continuará no próximo governo.
Há uma crença de que o processo de reformas será gradual e longo, e terá de entrar no próximo governo, como já se previa antes mesmo da crise política.
O mercado meio que confia, sem saber exatamente quem serão os candidatos a presidente nem como vai ser eleição e como serão os desdobramentos da Lava Jato, que haverá um governo reformista eleito em 2018, que dará continuidade ao processo em 2019.
A gente até pode discutir se essa crença é racional ou não, se é excesso de otimismo ou não. Mas o fato é que a combinação dessas coisas tem levado o mercado ter essa reação relativamente moderada. Agora, é claro que, se o Congresso aprovar a reforma da Previdência, haverá uma melhora adicional nas condições financeiras.
Se o governo tivesse aprovado a reforma da Previdência no início de junho, como previa o cronograma antes da delação da JBS, a melhora teria sido muito maior.”
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