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Interlocutores dos ministros do TSE e que acompanham o julgamento das ações por abuso de poder político envolvendo Jair Bolsonaro afirmam que o ex-presidente deve ser, mais uma vez, declarado inelegível por oito anos, dessa vez em relação ao suposto uso da máquina pública durante os atos de 7 de setembro do ano passado...
Interlocutores dos ministros do TSE e que acompanham o julgamento das ações por abuso de poder político envolvendo Jair Bolsonaro afirmam que o ex-presidente deve ser, mais uma vez, declarado inelegível por oito anos, dessa vez em relação ao suposto uso da máquina pública durante os atos de 7 de setembro do ano passado.
O julgamento começa às 19h desta terça-feira (24).
Na ação, PDT, União Brasil e PT argumentam que o ex-presidente da República desvirtuou a promoção de um evento cívico, transformando-o em ato de caráter meramente eleitoral. O vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, endossou a tese dos partidos e classificou a conduta como grave.
“No caso, observa-se uma apropriação de segmentos da estrutura administrativa do Estado com desvirtuamento de atos oficiais comemorativos de data de singular relevância simbólica no calendário cívico”, disse Gonet.
“A conduta mostrou-se também apta para sensibilizar e mobilizar massa considerável de eleitores a menos de um mês da ida às urnas”, acrescentou o vice-PGE.
Somente em Brasília, os atos cívicos de 7 de setembro custaram R$ 8,4 milhões aos cofres públicos.
Integrantes do TSE ouvidos por O Antagonista em caráter reservado afirmam que o caso de 7 de setembro se configuraria até como mais grave do a reunião com os embaixadores no Palácio da Alvorada, e que suscitou a primeira inelegibilidade de Jair Bolsonaro. Entretanto, como as inelegibilidades não são cumulativas, uma eventual segunda condenação teria um único efeito prático: dificultar uma reversão de resultado, em caso de recursos futuros ou caso ocorra uma mudança de composição da Corte Eleitoral.
“A chance de Bolsonaro ser condenado é de 90%”, analisa um importante interlocutor da Corte.
Dos atuais sete ministros, apenas dois são apontados como votos favoráveis a Jair Bolsonaro: Kassio Nunes Marques e Raul Araújo.
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