A irritação das Forças Armadas com a PF
Fontes ligadas ao alto escalão das Forças Armadas expressaram profundo descontentamento com a condução das investigações sobre a tentativa de golpe de estado
Fontes ligadas ao alto escalão das Forças Armadas expressaram, em condição de anonimato, um profundo descontentamento com a condução das investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de estado.
Segundo essas fontes, que fizeram circular recados na imprensa. há uma crescente tensão entre membros das Forças Armadas e a Polícia Federal, exacerbada nas últimas semanas devido aos desdobramentos do inquérito que investiga ações de Jair Bolsonaro, ex-integrantes de seu governo, e membros da caserna.
O principal ponto de irritação entre os militares seria a maneira como as informações referentes ao envolvimento de membros das Forças Armadas estão sendo reveladas pela imprensa que contribuiria para um desgaste da imagem das Forças perante a opinião pública.
Há reclamações quanto à falta de acesso à íntegra das investigações, conduzidas sob sigilo, o que, segundo os militares, impede uma adequada defesa ou posicionamento institucional sobre os fatos.
A situação é ainda mais complicada pela existência de militares atualmente sob prisão preventiva relacionadas ao inquérito. Há uma pressão considerável dentro da própria estrutura militar para que haja justificativas claras e convincentes por parte do comando das Forças sobre essas detenções, especialmente considerando que os indivíduos envolvidos ainda não foram formalmente condenados pela Justiça.
Entre os detidos estão o coronel Bernardo Romão Correia Neto, acusado de organizar manifestações golpistas; o major Rafael Martins de Oliveira, envolvido no financiamento de viagens de manifestantes a Brasília; e o coronel Marcelo Costa Câmara, próximo assessor do ex-presidente e suspeito de participação na conspiração golpista.
Os integrantes das Forças Armadas defendem que processos internos de punição só podem ser iniciados após o acesso completo às investigações, alegando a importância de evitar injustiças. Essa postura tem sido interpretada fora dos círculos militares como um sinal de corporativismo.
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