A Fundação Hind Rajab e o apoio ao Hamas
Entidade que apresentou denúncia contra soldado israelense que estava no Brasil é liderada por figuras que apoiam grupos terroristas como Hamas e Hezbollah
A StandWithUs Brasil, instituição educacional sobre Israel presidida pelo cientista político André Lajst, publicou neste domingo, 5, uma nota em que traz à tona questionamentos sobre a credibilidade da Fundação Hind Rajab (HRF). A organização, como mostramos, é responsável por uma denúncia contra um soldado israelense que estava de férias no Brasil, acusando-o de “genocídio” e crimes de guerra na Faixa de Gaza.
Criada recentemente, a HRF é liderada por figuras com histórico de apoio a grupos terroristas como Hamas e Hezbollah.
A fundação leva o nome de Hind Rajab, uma criança palestina cuja morte, atribuída a Israel, não foi confirmada por investigações preliminares.
A nota da StandWithUs Brasil destaca que Dyab Abou Jahjah, presidente da HRF, e Karim Hassoun, outro líder da organização, têm um histórico de declarações polêmicas. Jahjah já negou o Holocausto e exaltou ações do Hamas, incluindo o massacre de 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.200 israelenses. Hassoun, por sua vez, defende abertamente o Hamas e o Hezbollah e rejeita a existência de Israel.
“Os líderes da HRF utilizam o sistema jurídico brasileiro para promover narrativas alinhadas aos interesses do Hamas, uma estratégia que enfraquece o propósito legítimo de defesa dos direitos humanos”, afirmou a StandWithUs em sua nota.
Caso sem evidências concretas
O soldado israelense alvo da denúncia é sobrevivente do ataque realizado pelo Hamas no Festival Nova, ocorrido no sul de Israel. A Justiça Federal determinou que ele fosse investigado pela Polícia Federal, mas não emitiu mandado de prisão. O militar já havia deixado o Brasil, rumo à Argentina, antes mesmo da decisão judicial.
A StandWithUs Brasil aponta que as provas apresentadas pela HRF são frágeis e carecem de respaldo jurídico. O Ministério Público Federal (MPF) também considerou insuficientes as evidências para estabelecer qualquer conexão entre o acusado e os supostos crimes.
Leia a íntegra da nota:
“No último dia 30, a Justiça Federal determinou que um soldado israelense que estava de férias no Brasil fosse investigado pela Polícia Federal por supostamente ter cometido crimes de guerra na Faixa de Gaza. Diferentemente do que tem sido noticiado, contudo, não houve mandado de prisão e o israelense já deixou o país, conforme seu planejamento prévio, indo para a Argentina.
Sua identidade não foi revelada mas, segundo o Times of Israel, trata-se de um sobrevivente do massacre realizado pelo Hamas no Festival Nova, em 7 de outubro de 2023, no sul de Israel. Naquele dia, cerca de 1.200 pessoas foram mortas e outras 250 sequestradas, das quais 100 permanecem em cativeiro no enclave palestino.
A queixa-crime foi apresentada ao judiciário brasileiro pela Fundação Hind Rajab (HRF). A ONG é presidida por Dyab Abou Jahjah e Karim Hassoun, ambos com histórico de apoio aos grupos terroristas Hamas e Hezbollah.
A Fundação Hind Rajab (HRF) e o apoio ao Hamas
A HRF foi criada recentemente, após o início da guerra em curso entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. Seu nome é uma homenagem a Hind Rajab, uma criança de seis anos que foi morta em fevereiro do ano passado no enclave palestino. Embora sua morte tenha sido atribuída às Forças de Defesa de Israel (IDF), investigações iniciais apontam que não havia tropas no local durante o horário do ocorrido. Isso, por si só, já mina a credibilidade da organização, mas há mais.
Dyab Abou Jahjah, líder da HRF, já chegou a publicar nas redes sociais conteúdos que negam o Holocausto e, em 17 de outubro de 2024, fez posts no X (antigo Twitter) lamentando a morte do líder do Hamas Yahya Sinwar. No dia 7 de outubro de 2023, ele também louvou o massacre realizado pelo grupo terrorista palestino no sul de Israel: “Esses combatentes da resistência palestina que entram nesses assentamentos são todos refugiados cujos pais foram alvo de limpeza étnica nessas aldeias entre 1948/1967. Qualquer um que negligencie esse fato não está se envolvendo seriamente em uma conversa, mas está espalhando propaganda israelense, seja intencionalmente ou não.”
Karim Hassoun, por sua vez, desde 2009 já expressava apoio ao Hamas, deixando claro que preferia o grupo terrorista ao Fatah, da Autoridade Palestina, reconhecida internacionalmente como a liderança legítima do povo palestino. Ele também expressou apoio a Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, e afirmou que jamais reconheceria a existência de Israel. Em 8 de outubro de 2023, um dia após o massacre realizado pelo Hamas, Hassoun escreveu no X: “Os palestinos não ‘invadiram’ #Israel… Eles estão simplesmente retornando para casa e recuperando suas propriedades… Uma nuance ‘pequena’, mas muito importante, eu diria.
Falta de legitimidade e de evidências
Tudo isso deixa claro que a HRF não tem nenhuma legitimidade para fazer denúncias contra cidadãos israelenses. A ONG simplesmente busca utilizar-se do sistema jurídico brasileiro para alcançar os mesmos objetivos do grupo terrorista Hamas. A própria denúncia em questão foi baseada em evidências questionáveis e em uma jurisprudência praticamente nula, uma vez que não há mandados por parte do Tribunal Penal Internacional contra o israelense em questão e não há nenhum caso prévio de prisão realizada por motivo semelhante. O próprio Ministério Público Federal (MPF) afirmou que as provas apresentadas são insuficientes para estabelecer qualquer ligação entre o acusado e os crimes a ele imputados.”
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