A encruzilhada da direita brasileira
A aprovação da reforma tributária pela Câmara na semana passada "revelou o contraste entre os verdadeiros liberais e os conservadores de fancaria", diz editorial do jornal O Estado de S. Paulo publicado...
A aprovação da reforma tributária pela Câmara na semana passada “revelou o contraste entre os verdadeiros liberais e os conservadores de fancaria”, diz editorial do jornal O Estado de S. Paulo publicado nesta segunda-feira (10).
O jornal elogia o “exemplar diálogo” entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e diz que “a votação confortável da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45, com mais de 370 votos favoráveis nos dois turnos, revelou, ainda, que uma direita civilizada, liberal e propositiva – a direita que este jornal tanto tem conclamado a se organizar e se distanciar de qualquer associação com essa extrema direita selvagem encabeçada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro – não é uma utopia”.
“Imbuído da missão de conciliar o apoio a uma proposta de interesse nacional e a defesa dos interesses de São Paulo, Tarcísio foi a Brasília para negociar ajustes nos termos da reforma tributária com membros do governo federal e do Congresso. Foi o que bastou para ser hostilizado por Bolsonaro e pela malta que ainda o acompanha no PL. Para os bolsonaristas, Tarcísio cometeu o pecado mortal de fazer a boa política, vale dizer, a política que produz bons resultados para o País, independentemente de eventuais concessões programáticas ou ideológicas que possam ser feitas com vistas ao interesse público”, analisa o jornal.
“A direita selvagem é infensa à cooperação com adversários”, segue o editorial. “Não reconhece a necessidade de concertações políticas nem é capaz de firmar compromissos para impulsionar o desenvolvimento do País. Os verdadeiros conservadores, ao contrário, como genuínos democratas que são, são plenamente capazes de sentar-se à mesa com adversários políticos para discutir reformas do Estado por meio da negociação democrática, não da ruptura. Foi o que se viu na aprovação da PEC 45. É dessa direita que o País precisa e, como se viu, deu um passo à frente para reafirmar sua importância para o desenvolvimento do País”.
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