A cloroquina espacial dos militares
Os militares tiveram uma grande ideia para diminuir as queimadas na Amazônia: esvaziar o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e ampliar o seu próprio centro de monitoramento, com a aquisição de um satélite de 145 milhões de reais. A coisa toda custará 577 milhões de reais, dos quais 530 serão fungados do dinheiro recuperado pela Lava Jato que foi destinado à proteção da região...
O governo e os militares tiveram uma grande ideia para diminuir as queimadas na Amazônia: esvaziar o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e ampliar o seu próprio centro de monitoramento, com a aquisição de um satélite de 145 milhões de reais. A coisa toda custará 577 milhões de reais, dos quais 530 serão fungados do dinheiro recuperado pela Lava Jato que foi destinado à proteção da região.
O Ministério da Defesa argumenta que o satélite servirá também para controlar melhor as fronteiras e dará ao país “soberania espacial”.
O especialista em monitoramento por satélites do país e diretor do secretariado do Grupo de Observações da Terra (GEO), Gilberto Câmara, foi quem resumiu bem essa história. “Ao mesmo tempo que pretendem gastar R$ 145 milhões numa compra de uma cloroquina espacial, o orçamento de pesquisa do Inpe foi zerado para 2021. A única explicação possível é que os militares querem substituir o monitoramento do Inpe pelo do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e produzir um número cujos dados não serão transparentes para a sociedade”, disse ele ao Estadão.
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