A boquinha dos doadores da campanha de Erika Hilton na Câmara
Autora da PEC para acabar com o regime 6x1, deputada empregou sete pessoas que trabalharam na campanha em seu gabinete
Autora da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que acaba com o fim do regime 6×1 (seis dias de trabalho para um de folga), a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) empregou em seu gabinete sete doadores de sua campanha para a Câmara em 2022.
Dos sete doadores, seis ainda estão empregados no gabinete da parlamentar. O Antagonista procurou a deputada por meio de sua assessoria, mas não obteve resposta. O espaço continua aberto. Dos sete assessores parlamentares que atuaram na campanha, um fez doações em dinheiro por meio do pagamento de pix; os demais atuaram nas eleições e prestaram serviços à parlamentar.
Flávio Siqueira Júnior, por exemplo, foi administrador-financeiro da campanha de Érika Hilton e também cedeu um veículo à então candidata. Valor total das doações: 8 mil reais. Em fevereiro de 2023, ele foi chamado para trabalhar no gabinete da deputada. Salário líquido atual: 13,3 mil.
Já Gabriel da Silva Lindenbach Garcia também foi contratado no início do mandato de Hilton. Hoje, ele tem salário líquido de 13,2 mil – isso com todos os descontos obrigatórios em folha. Durante a campanha, Gabriel doou 3 mil reais em pix para a campanha de Hilton.
Motorista ontem, assessor hoje
Outro exemplo é João Carlos Tavares Júnior. Durante a campanha, João Carlos cedeu um veículo para a campanha – estimado em 4,7 mil reais – e ainda prestou serviços como segurança. Após Érika ser eleita, ele foi contratado em novembro de 2023 e hoje tem salário bruto de 13,8 mil. Os demais integrantes do gabinete de Hilton que atuaram na campanha são Giovanna Ferreira Oliveira, Matheus Nigro e Maria Fernandes têm salários líquidos inferiores a 5 mil reais.
Houve ainda um caso de um ex-doador que também é ex-funcionário. Cínthia Maria Gomes doou 9 mil para a campanha de Hilton por meio da cessão de um imóvel e de serviços de panfletagem. Ela atuou no gabinete da parlamentar entre julho de 2023 e maio de 2024. Seu salário líquido era de 8 mil reais.
A contratação de ex-doadores não é ilegal, mas tem sido cada vez mais questionada por entidades que pregam a transparência. O Antagonista manteve contato com a assessoria da parlamentar questionando se a contratação de ex-doadores seria um conflito ético. Como dito acima, não houve resposta.
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Comentários (1)
Jorge Alberto da Cunha Rodrigues
19.11.2024 07:12Mamar nas tetas do estado é prática muito comum entre petistas e psolistas.