A birra de Guimarães com o mercado financeiro: “Especulação indevida”
"Não [se] justifica essa especulação", declarou o líder do governo na Câmara sobre a alta do dólar
O líder do governo Lula na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), trata o mercado financeiro com o tom de quem enfrenta um adversário político. Em entrevista à imprensa nesta terça-feira, 7, Guimarães afirmou que “nada justifica a especulação indevida” que elevou o dólar a R$ 6,20.
Ao ser questionado sobre a alta do dólar, Guimarães afirmou que o “comportamento do mercado” é “injustificável”, considerando os esforços que, segundo ele, o governo petista vem realizando. O político se esquece que a análise do mercado é técnica e não uma questão de “boa ou má vontade”.
“Seja o que Deus quiser”
“Veja bem, é claro que tem uma especulação indevida. Não justifica todo o esforço que o governo está fazendo para ter essa especulação. Sobe e desce, sobe e desce. Não justifica. Por tanto, nós vamos fazer a nossa parte e aprovar o pacote, tanto aqui como no Senado, como o mercado vai reagir, eu não sei”, afirmou o político.
A alta do dólar
O dólar encerrou a terça-feira, 17, em R$ 6,095, marcando um novo recorde e chegando, pela primeira vez na história, à marca de R$ 6,20 durante o dia.
O Banco Central (BC) fez mais dois leilões extraordinários para conter a pressão do dólar sobre o real e vendeu US$ 3,2 bilhões nas duas intervenções somadas. A autoridade monetária conteve a subida do dólar, que estava em R$ 6,20 e caiu para R$ 6,12.
“O corte de influências”
A valorização da moeda americana perdeu força após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), declarar que os parlamentares votariam parte do pacote fiscal. Contudo, Lira foi enfático: “não estou garantindo aprovação nem rejeição”. O atraso na deliberação das pautas governistas foi atribuído ao baixo desempenho da articulação do Planalto. Lira, há uma semana, disse que a base governista não contava com votos suficientes para aprovar as propostas.
No plenário, a votação revelou resistência entre partidos da base aliada de Lula ao PLP 210/2024, o primeiro texto do pacote de corte de gastos. A desconfiança do mercado em relação ao controle do governo sobre a pauta econômica mostra-se fator determinante para a valorização do dólar.
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