A barganha de Paulo Guedes para aprovar a ‘CPMF digital’
Como publicamos há pouco, Paulo Guedes está apostando todas as fichas na criação de um imposto sobre transações digitais para ampliar a base de arrecadação do governo e ajudar a cobrir o rombo nas contas públicas deixado pela Covid-19. Na reunião de mais de três horas ontem com representantes do setor de serviços, o ministro deixou claro como pretende garantir sua aprovação...
Como publicamos há pouco, Paulo Guedes está apostando todas as fichas na criação de um imposto sobre transações digitais para ampliar a base de arrecadação do governo e ajudar a cobrir o rombo nas contas públicas deixado pela Covid-19.
Na reunião de mais de três horas ontem com representantes do setor de serviços, o ministro deixou claro como pretende garantir sua aprovação.
Guedes prometeu incluir a desoneração da folha na próxima PEC que enviará ao Congresso, como medida compensatória à criação do CBS (IVA), desde que o setor pressione os parlamentares a aprovarem a ‘CPMF digital’. E ele sabe que a pressão será enorme.
O CBS (IVA), com alíquota de 12%, penaliza especialmente o setor de serviços, que é quem mais emprega no país – responsável por 70% do PIB -, e também o mais prejudicado pela Covid-19.
A desoneração seria uma medida natural e necessária para a recuperação dos postos de trabalho, mas virou uma ferramenta de negociação para o governo diante da brutal queda na arrecadação.
Davi Alcolumbre promete reabrir o Congresso Nacional para os debates presenciais em 4 de agosto. Até lá, a equipe econômica acredita que o debate estará mais maduro.
“O esforço é para interligar o debate social e tributário. O que a gente vai propor é o que vai gerar melhor equilíbrio, com ampliação de programa sociais, desoneração da folha e imposto de renda negativo para quem tem baixa renda”, afirma um integrante da equipe econômica.
Depois da reunião de ontem, Guedes ganhou um novo apelido nos corredores de Brasília: Imposto Ipiranga.
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