A “autocrítica” de Mercadante
Aloizio Mercadante, ex-ministro de Dilma Rousseff, se prepara para assumir a presidência da Fundação Perseu Abramo, do PT...
Aloizio Mercadante, ex-ministro de Dilma Rousseff, se prepara para assumir a presidência da Fundação Perseu Abramo, do PT.
À Folha, o ex-senador defendeu que o partido — prestes a completar 40 anos — faça uma “autocrítica”, mas disse que ela não pode ser “autoflagelante”.
“Tem dois tipos de autocrítica. Uma autocrítica autoflagelante, que é a que vocês insistem que a gente deva fazer, e uma autocomplacente, que não resolve coisa alguma. Eu acho que a autocrítica sincera nós temos de fazer internamente, corrigir as nossas propostas, apresentar ideias novas. Nós tínhamos que ter colocado muito mais ênfase nas reformas política e tributária. Na política econômica temos muita coisa para reconsiderar, rever, erros que cometemos, dificuldades que tivemos. Mas a obra que nós construímos é muito maior do que os erros, que não foram poucos, nem pequenos, que nós cometemos”, disse.
Perguntado sobre o que espera das eleições presidenciais de 2022, Mercadante respondeu:
“Você tem o campo popular, em que o Lula é a grande liderança. Tem a extrema direita, hegemonizada pelo Bolsonaro. E há o bolsonarismo envergonhado, que o apoiou na eleição ou se omitiu. E que hoje está horrorizado com o obscurantismo. Na campanha, com quem estavam Doria, Eduardo Leite, Luciano Huck, que o apoiaram explicitamente?”
O petista também repetiu a ladainha de que Dilma foi vítima de um movimento “golpista”.
“Nós tivemos uma articulação golpista. Toda vez que a gente não cedia em alguma negociação não aceitável, recebíamos pauta-bomba fiscal. A política sabotou a economia e agravou a crise. Deixamos US$ 380 bilhões de reservas cambiais. O pré-sal diziam que não tinha nada, hoje. Dois terços do petróleo é pré-sal. Fiquei muito feliz de ver o Armínio [Fraga, ex-presidente do BC] dizer que está preocupado com o social. Por eles são obrigados a se preocupar? Porque o povo vai voltar a cobrar distribuição de renda. Quando o [Bill] Clinton [ex-presidente dos EUA] foi reeleito, a frase que ficou famosa foi ‘é a economia, estúpido’. Eu diria: ‘é a desigualdade, estúpido’.”
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