Ao tratar da relação da Odebrecht com a Petrobras, Marcelo deu à PGR uma aula bastante didática sobre nomeações políticas.

“Em toda estatal, há um padrinho. Na Petrobras, eram PP, PT e PMDB. Não tem como você (uma empresa) ter relação com essas empresas, com os ministérios, sem fazer algum tipo de compromisso, algum tipo de pagamento. E você nunca sabe se o valor (repassado) é para âmbito privado ou para doação eleitoral.”

Marcelo Odebrecht ensinou: “Nenhum político nomeia ninguém sem interesse”. Essas relações espúrias, emendou MO, se repetiam em todos os órgãos públicos com que a empreiteira tinha contratos. “Era o modus operandi”.

O delator contou, ainda, que eram corriqueiras as fraudes de licitações. Como?

“Tipo o seguinte: você qualifica o edital. Todo edital tem dono. Quando você vê um edital, você sabe qual a empresa beneficiada com aquele edital. Os editais são feitos para alguma empresa.”

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