A agenda de Bezerra na Infraestrutura
Fernando Bezerra Coelho foi acusado de ter recebido 2 milhões de reais em propinas do empresário Marcos Borin. O fato é de 2013, mas um relatório da PF, obtido por O Globo, diz que o líder do governo no Senado continua a circular com o empreiteiro no ministério de Jair Bolsonaro...
Fernando Bezerra Coelho foi acusado de ter recebido 2 milhões de reais em propinas do empresário Marcos Borin.
O fato é de 2013, mas um relatório da PF, obtido por O Globo, diz que o líder do governo no Senado continua a circular com o empreiteiro no ministério de Jair Bolsonaro.
Diz a reportagem:
“No dia 27 de junho de 2019, uma funcionária do gabinete de Bezerra enviou um e-mail para o Ministério da Infraestrutura solicitando a agenda. ‘Senador Fernando Bezerra Coelho (líder do governo no Senado) solicita audiência com ministro de Estado da Infraestrutura, Sr. Tarcísio Gomes Freitas, para o dia 01/07’, diz a mensagem.
No mesmo dia, Borin enviou mensagem para uma funcionária do gabinete do senador perguntando sobre o assunto. ‘Há
um pedido de agenda urgente com o Ministro de Infra. Acho que é vc que tá vendo neh? Qquer coisa me avise. Bjs. Obrigado por tudo’, afirmou Borin. A funcionária respondeu que a reunião havia sido marcada.
Na tarde do dia previsto, o gabinete de Bezerra enviou novo e-mail ao Ministério da Infraestrutura, informando que ele compareceria ao encontro acompanhado de Borin e dois empresários da Wilson Sons, empresa que é dona de um estaleiro construído pela Constremac e contrata a empreiteira para realizar obras e serviços. No dia seguinte à reunião, o Fundo da Marinha Mercante, órgão subordinado ao Ministério da Infraestrutura, publicou uma resolução com projetos prioritários no recebimento de apoio financeiro e incluiu um projeto da Wilson Sons, no valor de R$ 131 milhões. Bezerra também levou Borin para uma segunda agenda com Tarcísio de Freitas, em 14 de agosto de 2019.”
A Crusoé publicou duas reportagens sobre o inquérito envolvendo Fernando Bezerra Coelho e Marcos Borin, que merecem ser relidas agora:
“Não pairam dúvidas sobre pagamentos de propina ao líder do governo.”
“PF investiga negócio de empreiteiro com líder do governo em paraíso fiscal.”
A revista dedicou também uma capa a Fernando Bezerra Coelho, intitulada:
“Repasse da Odebrecht para Fernando Bezerra aparece em banco dos doleiros”.
Nada disso impediu que ele se tornasse um dos parlamentares mais influentes do bolsonarismo. Uma influência que se estendeu, como se descobre agora, à Esplanada dos Ministérios.
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