Esquema de grilagem é investigado na Amazônia
Uma investigação da Polícia Federal expõe esquema de grilagem de terras na Amazônia liderado por Ricardo Stoppe Júinior.
A investigação envolvendo o médico e empresário Ricardo Stoppe Júnior, de Araçatuba, São Paulo, revelou um esquema de grilagem de terras no Norte do Brasil que já dura pelo menos 20 anos. A Polícia Federal aponta Ricardo Stoppe Júnior como um dos maiores grileiros de terras na região amazônica. Veja mais detalhes a seguir.
Como Funciona o Esquema de Grilagem de Ricardo Stoppe Júnior?
Ricardo Stoppe Júnior armou um esquema de fraude de documentos que o fez proprietário, de papel passado, de mais de 500 mil hectares na Amazônia. Essas terras, muitas pertencentes à União, foram ilegalmente apropriadas através de alterações fraudulentas em documentos oficiais.
De acordo com a Polícia Federal, os criminosos conseguiam inserir folhas falsas em livros de registros antigos para forjar a posse das terras. João Pedro Alves Batista, perito criminal da Polícia Federal, afirma: “Houve fraude. Uma mesma pessoa forjou essas duas folhas e inseriu de forma fraudulenta nos livros”.
Quais eram as Táticas Usadas pela Organização?
Para dar uma aparência de legalidade aos documentos falsificados, propinas foram pagas a funcionários de cartórios e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Assim, a organização de Ricardo Stoppe Júnior montava processos criminosos de apropriação de terras com o respaldo aparente de órgãos oficiais.
A Comunicação da Quadrilha
As negociações eram feitas por telefone, conforme gravações que a Polícia Federal obteve. Em um dos áudios, um dos integrantes da quadrilha menciona um pagamento de R$ 100 mil, solicitado novamente pelo secretário envolvido no processo.
Quem são os Envolvidos no Esquema de Grilagem?
A Polícia Federal identificou pelo menos 50 integrantes da organização criminosa. Entre eles, estão Ricardo Stoppe Júnior e seus sócios, que serão indiciados por crimes como desmatamento, corrupção de servidores públicos, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Busca e Apreensão
Ricardo Stoppe Júnior foi preso em junho deste ano, mas as operações de busca e apreensão continuam. Recentemente, a Polícia Federal e o ICMBio foram até Lábrea, no Amazonas, uma das regiões afetadas pela atividade criminosa para restabelecer a posse da Floresta Nacional do Iquiri, área transformada em unidade de conservação em 2008. Mesmo após a criação da Floresta Nacional, Ricardo Stoppe ainda tentou pedir uma indenização de R$ 100 milhões, alegando ser o dono das terras.
O Futuro das Terras Griladas
A Polícia Federal já bloqueou todas as matrículas fraudadas e trabalha para que o patrimônio retorne à União. O delegado responsável pelo caso afirmou: “A gente já pediu bloqueio e bloqueamos todas as matrículas fraudadas dessa organização criminosa e vamos pedir a restituição desse patrimônio para a União”.
O que Dizem os Citados na Investigação?
Em nota ao programa Fantástico, a defesa de Ricardo Stoppe Júnior afirmou que o médico é inocente e que perícias técnicas comprovarão isso. Alegam ainda que a prisão é desnecessária, visto que ele é réu primário. A oficial de cartório afastada, Sâmara de Farias Silva, não foi encontrada para comentar o caso.
O Incra, por sua vez, declarou que está apoiando integralmente a Justiça e encaminhando os títulos de terra duvidosos para análise. A empresa Moss e Verras, envolvida nas negociações, encerrou relações comerciais com as partes investigadas após tomar conhecimento dos fatos.
Este caso escancara a complexidade dos processos de grilagem de terras no Brasil e a dificuldade enfrentada pelas autoridades devido à falta de transparência nos registros de terras. Continue acompanhando as atualizações desse caso que ainda promete revelar muitas outras camadas de corrupção e crimes ambientais.
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