8 de Janeiro: Representação tímida do Congresso é reflexo da crise das emendas
Líderes da Câmara e do Senado afirmam que bloqueio das verbas teve um papel decisivo na ausência de Arthur Lira (PP-AL)
Deputados e senadores avaliam que a baixa representação do Congresso Nacional durante o evento alusivo ao 8 de janeiro reflete a insatisfação da cúpula do legislativo com o governo Lula.
Líderes da Câmara e do Senado, consultados por O Antagonista, acreditam que a crise das emendas teve influência na ausência de Arthur Lira (PP-AL), o mais afetado pelas acusações de irregularidades na distribuição das verbas.
Até o fechamento desta publicação, a assessoria de Lira, consultada por jornalistas em um grupo que reúne diversos setores da imprensa, não havia esclarecido se ele estava em Brasília ou fora da capital federal. O presidente da Câmara não justificou sua ausência no evento.
Em caráter reservado, o presidente de uma comissão da Casa Baixa disse acreditar que o governo Lula, em conjunto com o judiciário, fez campanha para desgastar a imagem do presidente da Câmara, o que interferiu na relação atual entre os Poderes.
Governo apoiado no Judiciário
O deputado Ricardo Salles (Novo-SP) concordou com o reflexo da crise das emendas no fracasso de público do evento promovido pelo Planalto e acrescentou: “Está claro que o executivo se apoia nas decisões do ministro Dino para fragilizar o legislativo”.
O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ) avaliou que “a questão das emendas, posto que bloquearam até mesmo as impositivas, que são constitucionais, é mais um avanço do Judiciário sobre o Legislativo”.
Na rede social X, o parlamentar disse que o esvaziamento do evento é reflexo de fatores como “a quebra da harmonia dos Poderes e o avanço do judiciário brasileiro sobre o Legislativo”.
“Governo vai ter problemas”
Como mostramos, o deputado Joaquim Passarinho (PL-PA|), presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, que representa 208 deputados e 49 senadores, acredita que a associação feita por parlamentares entre a ação do governo Lula e o bloqueio das emendas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) deve influenciar o resultado das votações nesse ano legislativo.
“Alguém acredita que o ministro Flávio Dino está fazendo isso[bloqueio das emendas] sem o apoio do governo?“, questionou.
Em entrevista a O Antagonista, ele acrescentou: “Não. Ninguém acredita. O governo vai ter problemas sérios esse ano. Isso vai se refletir nas votações. Não estou afirmando que o ministro age dessa forma, servindo ao governo. Estou dizendo o que está na cabeça de qualquer deputado”.
O presidente da Frente Parlamentar do Comércio e Serviço (FCS), Domingos Sávio (PL-MG), acredita que o bloqueio das emendas parlamentares pelo Supremo Tribunal Federal (STF) gera relações disfuncionais entre os Poderes.
“Hoje a relação entre os poderes está se deteriorando por frequentes atos de abusos de autoridade cometidos por alguns ministros do STF que se colocam acima da lei e me parece que Flávio Dino caminha nesta direção seguindo o mau exemplo de Alexandre de Moraes”.
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