As temperaturas de 2024 estão a caminho de estabelecer um recorde de calor no Brasil. Conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura média entre janeiro e novembro atingiu 24,94°C. Este valor, que ainda não inclui dezembro, representa a anomalia de 0,83°C mais alta desde 1961, quando começaram os registros.

Comparando, o ano anterior, 2023, tinha uma média de 24,78°C no mesmo período, representando uma anomalia de 0,67°C. Mesmo em seu total, 2023 ainda ficou 0,02°C abaixo de 2024 até novembro. Esses números indicam que 2024 está prestes a ultrapassar anos recordistas como 2015 e 2019, consolidando-se como um ano de calor extremo no Brasil.

Razões para o Calor de 2024

Vários fatores climáticos estão por trás do destaque de 2024 em termos de calor. As mudanças climáticas globais estão aquecendo progressivamente oceanos e continentes. Além disso, o fenômeno El Niño, que aquece as águas do Pacífico, tem intensificado esses padrões climáticos extremos.

Esperava-se que o fenômeno La Niña, que resfria o Pacífico, atuasse temporariamente. Contudo, os prognósticos da Organização Meteorológica Mundial indicam que seus efeitos estão diminuindo, o que prolonga as temperaturas elevadas no Brasil.

Impactos no Brasil: Um Clima Desafiador

No Brasil, o La Niña costuma alterar a distribuição de chuvas, aumentando na região Norte e Nordeste, enquanto reduz no Sul e Centro-Oeste. A ausência desse fenômeno, que historicamente traz temperaturas mais baixas, intensifica o calor.

O aumento das temperaturas e a irregularidade climática impactam diretamente setores como a agricultura, pressionando a necessidade de gestão hídrica eficiente e medidas de adaptação. Regiões com escassez de chuva precisam se preparar para desafios hídricos e agrícolas associados a essas condições adversas.

Significado de 2024 para o Clima Global

Globalmente, previsões do observatório europeu Copernicus indicam que 2024 será inevitavelmente o ano mais quente registrado no mundo. Este prognóstico é suportado pelo fato de novembro registrar temperaturas excepcionais. Estudos climáticos considerando até 125 mil anos revelam que a atividade humana e o aquecimento dos oceanos são fatores críticos nesta tendência.

Essas mudanças afetam duradouramente o equilíbrio climático, ressaltando a urgência de uma resposta global conjunta para mitigar consequências futuras. A continuidade dessas condições climáticas extremas requer a atenção de cientistas e formuladores de políticas, além da conscientização e ação coletiva da sociedade.