1 x 1: Gilmar vota para anular delação de Cabral e pede investigação de delegado por abuso de poder
Gilmar Mendes decidiu acolher o recurso da PGR para anular a homologação da colaboração premiada de Sergio Cabral. O ministro não entrou no mérito do direito da Polícia Federal de negociar delações, mas pediu que o delegado responsável pelo acordo seja investigado por abuso de autoridade e violação de sigilo profissional...
Gilmar Mendes decidiu acolher o recurso da PGR para anular a homologação da colaboração premiada de Sergio Cabral. O ministro não entrou no mérito do direito da Polícia Federal de negociar delações, mas pediu que o delegado responsável pelo acordo seja investigado por abuso de autoridade e violação de sigilo profissional.
“Voto para acolher a questão preliminar suscitada pelo Relator tão somente para tornar sem efeito a decisão que homologou o acordo de colaboração premiada (fls. 726/739), sem firmar qualquer tese com efeito erga omnes quanto à competência da Polícia Federal para celebrar acordo de colaboração premiada.”
Para Gilmar, “houve usurpação das atribuições definidas constitucionalmente, visto que ausente autorização pelo Tribunal competente’.
“A ilicitude na investigação indevida de Ministro desta Corte é reforçada por outras duas circunstâncias relevantes: a) a tentativa de criminalização de atos de arquivamento praticadas pelo Presidente do STF em exercício a pedido da PGR e confirmada em sede de embargos de declaração pela Vice-Presidente desta Corte e b) o vazamento seletivo das informações deste caso sigiloso para a mídia, com possível violação ao tipo do art. 154 do Código Penal.”
Mendes disse ainda que “a construção de narrativas mentirosas e o seu uso ardiloso têm se tornado a principal ferramenta de perpetuação de um modelo autoritário de justiça em nosso país”.
Ao concluir seu voto, encaminhado ao plenário virtual, o ministro pediu a abertura de investigação por abuso de autoridade e violação de sigilo funcional. A íntegra aqui.
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