Virginia Fonseca e a “comissão da desgraça”
Virginia aderiu a um modelo no qual o influenciador contratado recebe 30% de tudo o que seus seguidores perdem em apostas

A ascensão do mercado de apostas online no Brasil tem sido impulsionada pela influência de grandes personalidades das redes sociais, movidas por ganhos milionários, basta ver muitos dos anúncios na internet.
No começo do ano, a revista Piauí trouxe à tona detalhes reveladores sobre como esses influenciadores digitais têm lucrado, e muito, com a chamada pandemia do vício, alavancando seus ganhos financeiros à custa das perdas de muitos de seus seguidores.
Virginia Fonseca é um dos exemplos mais simbólicos. A influenciadora, que possui mais de 50 milhões de seguidores somente na plataforma do Instagram, fechou em 2022 um contrato com a Esportes da Sorte, site investigado pela Operação Integration, da Polícia Civil de Pernambuco.
Cachê da desgraça alheia”
Segundo a reportagem, Virginia aderiu ao que foi descrito como “cachê da desgraça alheia”, um modelo no qual o influenciador contratado recebe 30% de comissão de tudo o que seus seguidores perdem em apostas. Essa parceria lhe rendeu um adiantamento de 50 milhões de reais.
No começo de 2023, Virginia fez seu primeiro anúncio para a Esportes da Sorte, atraindo cerca de 120 mil novos apostadores apenas com um Story em seu Instagram.
Pouco depois, ela migrou para a Blaze, outra empresa investigada, com contrato anual de 29 milhões de reais. Questionada pela Piauí sobre sua participação nesse modelo de negócios, a influenciadora não respondeu.
Outros nomes também aparecem na lista de celebridades envolvidas com sites de apostas. Carlinhos Maia, por exemplo, fatura 40 milhões por ano com a Blaze.
Gkay, conhecida pela midiática Farofa da Gkay, chegou a ganhar 1,4 milhão por mês com a Esportes da Sorte. Só que a influenciadora perdeu seguidores e patrocínios de grandes marcas após promover frequentemente os sites de apostas e rompeu a parceria.
Já o ex-global Cauã Reymond fechou contrato de 22 milhões com a Bateu Bet, enquanto David Brazil recebeu uma reforma em seu apartamento e um cachê mensal de 200 mil reais pela Pixbet. Mas nem todos caem nesse conto da sereia: Ivete Sangalo e Taís Araújo estão entre aquelas que recusaram propostas milionárias.
Convites feitos por robôs
Mesmo perfis com menos seguidores no Instagram, como o meu, recebem mensagens com propostas desses cassinos online através de diversos bots, que disparam convites automáticos, muitas vezes com textos idênticos, para contas de usuários, inclusive crianças, propondo “parcerias” em troca de “remuneração generosa”.
Apesar da polêmica, a presença dos sites de apostas no Brasil segue crescendo, impulsionada não apenas por influenciadores pouco preocupados com seus seguidores, mas também por grandes campanhas publicitárias e patrocínios esportivos.
Segundo um estudo do banco Itaú Unibanco, as bets investiram entre 5,8 e 8,8 bilhões de reais em marketing em 12 meses entre 2023 e 2024, mas tiveram receita líquida de quase 24 bilhões, mostrando que esse gasto tem valido a pena para elas.
A falta de uma regulamentação clara no setor e a facilidade de acesso a essas plataformas contribuem para o aumento do problema, que já é visto por muitos como uma questão de saúde pública.
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Comentários (2)
Amaury G Feitosa
02.02.2025 10:11Como imbecís e idiotas tem seguidores neste país, basta ver Lula e Bolsonarao dois tristes exemplos ... e vem coisa pior por aí ??? podem estar certíssimos que sim.
MARCOS
01.02.2025 14:30OS SEGUIDORES SÃO DUPLAMENTE OTÁRIOS. PERDEM DOS DOIS LADO. MANÉS.