Verstappen campeão, Cadillac na Fórmula 1
Verstappen chega ao tetra na semana em que a Fórmula 1 anuncia a Cadillac como sua 11ª equipe a partir de 2026
Max Verstappen foi campeão com 2 corridas de antecedência, graças a sua capacidade de extrair o melhor de um equipamento que há um bom tempo já não é o melhor – sem o segundo melhor – do grid. Mérito de sua velocidade e praticamente imunidade à erros, que lhe permitiu construir uma sólida vantagem no campeonato ante ao seu principal rival, que nesse fim de semana teve atuação discreta.
Quem ganhou
Max Verstappen Apesar de terminar em quinto, Verstappen já havia assegurado o título de 2024, consolidando uma temporada quase impecável. Com um carro que já não é bom há algum tempo, ele demonstrou consistência, estratégia e habilidade, levando um dos campeonatos mais disputados da era dos novos carros após o regulamento de 2022.
Mercedes A dobradinha de George Russell e Lewis Hamilton coroou o retorno ao topo em uma temporada desafiadora. Foi uma vitória estratégica e técnica, mostrando que, quando o W15 está no seu “ponto ideal”, isto é, em pistas frias e sem ondulações, a equipe ainda pode ser uma potência. Certamente os dados coletados em Las Vegas podem ser bastante úteis para o carro de 2025.
George Russell Após um ano com altos e baixos, Russell entregou uma performance impecável, liderando de ponta a ponta. A vitória e a pole foram lembretes do seu potencial, especialmente no ano que vem, onde será o líder ao lado do novato Kimi Antonelli.
Lewis Hamilton. O heptacampeão respondeu na pista às declarações de seu chefe, Toto Wolf, de que seu contrato não foi renovado pois, aos 39 anos de idade, ele estaria preocupado com a validade de sua velocidade, reflexos e cognição. Largou em 10º e chegou em 2º. Poderia ter lutado pela vitória se não tivesse errado duas vezes no Q3 da classificação.
Yuki Tsunoda O japonês da RB mostrou-se mais uma vez constante em seus resultados, andado junto a carros mais rápidos e terminar à frente de Sergio Pérez. Sua performance consistente reforçou sua posição como líder da equipe, embora ainda não o considerem para a vaga do mexicano na equipe principal.
Nico Hulkenberg O alemão fez a equipe americana se destacar em casa, usando uma estratégia de administrar com grande maestria o consumo dos pneus para pontuar e ultrapassar a Alpine no campeonato, que segue em disputa renhida. Uma evolução notável para uma equipe que que esse ano luta para ser a sexta na tabela, embora na prática já esteja à frente até da quinta, Aston Martin.
Quem perdeu
McLaren Após uma temporada sólida, Las Vegas expôs fraquezas no carro da equipe. Tanto Lando Norris quanto Oscar Piastri enfrentaram dificuldades com os pneus e assim não fizeram frente para os líderes, ficando atrás de Mercedes e Ferrari e da Red Bull de Max. A performance fraca pode ter custado pontos valiosos na briga pelo primeiro lugar no campeonato de construtores, que viu a Ferrari se aproximar.
Williams O abandono de Alex Albon e o desempenho mais apagado de Franco Colapinto, que largou dos boxes depois de ter o carro reconstruído após sua forte batida na classificação não os ajudaram a marcar muitos pontos. O jovem argentino, aliás, precisa parar de construir a não bem-vinda fama de batedor, visando conquistar um lugar ao sol na Fórmula 1 nos próximos anos.
Ferrari Apesar de ganhar terreno sobre a McLaren no campeonato, a equipe não aproveitou ao máximo suas chances. Carlos Sainz conseguiu um pódio, mas tanto ele como Charles Leclerc sofreram com o desgaste dos pneus e alguns conflitos internos, perdendo a oportunidade de um resultado mais forte.
Alpine Após um pódio duplo no Brasil, a equipe despencou em Las Vegas. Pierre Gasly abandonou por problemas no motor, enquanto Esteban Ocon enfrentou erros de equipe e ficou fora dos pontos. Para piorar, a Alpine perdeu a posição para a Haas no campeonato, mas segue na briga.
Sauber Zhou Guanyu teve um início promissor, dentro do contexto de seu equipamento, mas caiu de rendimento ao longo da prova, terminando fora dos pontos. A Sauber caminha para encerrar a temporada sem pontos, um cenário desalentador às vésperas da transição para Audi.
A próxima etapa, já nesse fim de semana, é no Catar e as condições de pista devem ser bem diferentes com o calor, o que deverá impactar em mais uma mudança no jogo de forças entre as equipes, possivelmente com McLaren voltando a ter um desempenho melhor e a Mercedes nem tanto.
Cadillac na Fórmula 1
Mudando um pouco de tema, mas ainda de grande importância, a General Motors e a Fórmula 1 confirmaram publicamente que fecharam acordo para que mais uma equipe passe a correr na Fórmula 1 a partir de 2026. Será a Cadillac, marca de luxo da fabricante americana de carros.
Nos dois primeiros anos deverá usar motores Ferrari (seria Renault, mas eles abandonarão a fabricação de motores no fim de 2025) e a partir de 2028 terá seus próprios propulsores.
Uma coisa que chama atenção nesse anúncio é que a parceria com a Andretti parece ter perdido força e visibilidade, muito pela forma contundente em pouco diplomática que Michael Andretti tentou forçar sua entrada na categoria.
Com isso fechou portas junto aos donos da Fórmula 1 e teve que sair da direção do próprio grupo Andretti (que segue como parceiro técnico da empreitada) como condição de viabilizar o projeto. Seu pai, Mario Andretti, campeão de 1978, segue como diretor do conselho da equipe.
Nada foi divulgado ainda sobre quem serão os dois pilotos da equipe para sua temporada de estreia.
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