Um acerto do governo Lula
Fundo internacional para premiar países que preservam suas florestas é boa inovação capitaneada pelo Brasil
Vou falar sobre um acerto do governo Lula. Sim, acontece.
O troço ainda não está de pé. Mas é um esforço na direção correta, uma tentativa de criar algo novo e sofisticado – vejam só – na área de finanças.
O ministro Fernando Haddad vendeu o produto em sua viagem aos Estados Unidos, encerrada nesta terça, 24. Parece ter encontrado boa receptividade entre governos como o da Alemanha e da França.
Tropical Forest Finance Facility
Trata-se de um fundo voltado a recompensar países que protejam ou recomponham suas florestas tropicais nativas. Ele foi desenvolvido em parceria com a Colômbia e organismos como o Banco Mundial e o Center for Global Development. Recebeu o nome, em inglês, de Tropical Forest Finance Facility (TFFF).
A ideia é captar recursos de longo prazo (vinte anos ou mais) de países desenvolvidos e grandes investidores institucionais, garantindo-lhes um rendimento básico. Esses fundos serão aplicados de maneira diversificada e a diferença entre o retorno obtido com esse portfólio e o retorno devido aos investidores será transferida às nações que comprovarem sucesso em suas estratégias de preservação.
Em outras palavras, países como o Brasil deixarão de arcar sozinhos com os custos de proteger suas florestas – sendo que esse trabalho beneficia o mundo todo.
Estima-se que 67 dos 79 países que detêm florestas tropicais poderiam se beneficiar do TFFF. Eles teriam de cumprir metas de preservação monitoradas por satélite para acessar os recursos.
Papel de liderança
Até agora, o governo Lula fracassou de maneira escandalosa em sua política ambiental.
Corre atrás do prejuízo numa temporada de incêndios recorde, porque falou muito, mas não se preparou para enfrentar uma catástrofe que, embora não fosse certa, tampouco era totalmente imprevisível.
Na proposta de orçamento que mandou ao Congresso, o Planalto diminuiu em vez de aumentar as verbas destinadas à gestão de riscos e desastres naturais em 2025.
Falta muito para que o país possa pleitear o papel de liderança na política ambiental que deveria ocupar.
Mas o TFFF, repito, é um passo na direção correta.
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