Ser contra desordem não é ser contra imigrantes
Controlar fronteiras e estabelecer critérios claros é essencial para garantir que a imigração beneficie tanto os imigrantes quanto as sociedades que acolhem
A recente declaração de Donald Trump em defesa do programa de vistos H-1B trouxe à tona a discussão sobre políticas migratórias equilibradas.
O programa, amplamente utilizado por empresas do setor tecnológico, permite a contratação de profissionais qualificados e reflete a importância de atrair talentos estrangeiros de forma regulamentada. Elon Musk, defensor do H-1B, ressaltou que o programa é fundamental para a inovação e competitividade global.
No Brasil, o debate sobre imigração ganhou relevância em 2017, com a promulgação da nova Lei de Migração. Na ocasião, critiquei publicamente os riscos de uma legislação desconectada da realidade social e econômica do país.
A lei fazia promessas que o Brasil não consegue cumprir nem para seus próprios cidadãos. “Prometer o que não cumprimos nem para nós mesmos é irresponsável com brasileiros e estrangeiros”, escrevi em artigo na Folha de S.Paulo.
Argumentei que uma política migratória descontrolada pode enganar imigrantes ao oferecer uma falsa esperança de progresso pessoal e profissional. Além disso, o Brasil, em vez de atrair estrangeiros de forma sustentável, correria o risco de desfalcar seus vizinhos de cidadãos talentosos, sem conseguir oferecer condições dignas de acolhimento.
Nos Estados Unidos, o impacto da imigração desregulada é evidente. Segundo o Federation for American Immigration Reform (FAIR), os custos relacionados à imigração ilegal somaram US$ 151 bilhões em 2022, afetando saúde, educação e outros serviços públicos.
Além disso, a entrada indiscriminada de trabalhadores pode pressionar salários, aumentando a desigualdade. “A pressão por mão de obra barata reduz a qualidade de vida dos trabalhadores locais”, destaquei no artigo, alertando para os riscos sociais de políticas migratórias irresponsáveis.
Modelos como os de Canadá e Austrália mostram que é possível equilibrar acolhimento e controle. Esses países priorizam trabalhadores qualificados e ajustam os fluxos migratórios às suas necessidades econômicas, garantindo benefícios sustentáveis para todos os envolvidos.
Defender a imigração regulada não é ser contra migrantes, mas garantir que suas contribuições sejam valorizadas enquanto se preservam a segurança e o bem-estar social. Promessas irreais e políticas descontroladas, além de prejudicarem os imigrantes, fragilizam as sociedades que os acolhem.
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