Reviravoltas no GP da China de 2025
O GP da China, segunda etapa da temporada 2025 da Fórmula 1, trouxe uma mistura de domínio, surpresas e reviravoltas.

O GP da China, segunda etapa da temporada 2025 da Fórmula 1, trouxe uma mistura de domínio, surpresas e reviravoltas, especialmente se somarmos os resultados da sprint race no sábado.
Realizado no Shanghai International Circuit, com suas longas retas e curvas igualmente longas o fim de semana foi marcado pela vitória de Lewis Hamilton na corrida curta e pelo brilho de Oscar Piastri no domingo, consolidando a McLaren como força a ser batida nesse início de temporada.
No entanto, desclassificações pós-corrida e desempenhos irregulares roubaram a cena. Vamos à análise de quem ganhou e quem perdeu na etapa chinesa.
QUEM GANHOU:
Oscar Piastri foi o grande nome do GP principal. Após um sólido segundo lugar na sprint, o australiano converteu sua primeira pole position na Fórmula 1 numa vitória dominante no domingo, liderando a McLaren a um 1-2 com Lando Norris. Piastri gerenciou os pneus com perfeição numa corrida estratégica e apagou a frustração de Melbourne, mostrando que pode disputar o título em 2025.
George Russell continua em alta. Quarto na sprint e terceiro no GP, o britânico extraiu o máximo da Mercedes numa pista que não favorecia o carro. Na corrida principal, aproveitou os problemas de Norris com os freios nas voltas finais para garantir mais um pódio, mantendo a equipe competitiva na briga com McLaren e Red Bull. Russell se firma como um dos pilotos mais regulares do grid.
Yuki Tsunoda brilhou na sprint race, terminando em sexto e somando pontos valiosos para a Racing Bulls. Sua largada agressiva e ritmo consistente na corrida curta destacaram seu potencial, mesmo que o domingo tenha sido comprometido por danos involuntários no carro (sua asa dianteira quebrou sozinha), forçando um pit stop extra. Tsunoda prova que merece atenção em 2025, especialmente em meio às especulações sobre o futuro de Lawson.
Esteban Ocon foi a surpresa do GP principal. Após uma sprint discreta, o francês levou a Haas a um sétimo lugar na corrida longa, aproveitando a desclassificação da dupla da Ferrari. Numa equipe que começou o ano aquém de 2024, Ocon mostrou experiência para pontuar num fim de semana onde o caos abriu portas no meio do pelotão.
Lewis Hamilton abriu o fim de semana com uma vitória importante na sprint race. Largando da pole, o heptacampeão controlou a corrida de 19 voltas, vencendo por quase 7 segundos sobre Oscar Piastri e garantindo sua primeira vitória, ainda que “light”, com a Ferrari. Foi um momento histórico para o britânico, que demonstrou que pode estar se adaptando melhor ao SF-25 e calou as críticas após um início mais do que discreto na Austrália. Apesar da desclassificação no domingo, seu desempenho no sábado reacendeu a esperança dos tifosi.
Oliver Bearman teve uma corrida sprint, no sábado, bastante discreta, mas na corrida principal no domingo saiu-se muito bem – na realidade deu cafrro – na estratégia de usar pneus macios no trecho final da prova e foi ultrapassando um a um seus oponentes. Essa corrida deu esperanças de que a Haas esteja reencontrando o caminho da competitividade.
QUEM PERDEU:
Max Verstappen teve um fim de semana agridoce. Terceiro na sprint e quarto no GP, o holandês não encontrou ritmo para desafiar os líderes. Na corrida curta, perdeu posição para Piastri no fim, e no domingo, apesar de ultrapassar os Ferraris, ficou longe do pódio. A Red Bull pareceu menos dominante em Shanghai, e Verstappen viu Norris ampliar a vantagem no campeonato.
Ferrari (Hamilton e Leclerc) viveu um pesadelo no domingo. Após o triunfo de Hamilton na sprint, a equipe sofreu dupla desclassificação no GP principal. O carro de Leclerc, quinto na pista, foi excluído por estar abaixo do peso limite, enquanto Hamilton, sexto, caiu por desgaste excessivo da prancha de madeira que fica sob o assoalho do carro. Os incidentes técnicos apagaram um fim de semana que poderia ter sido positivo, expondo falhas na gestão da equipe e custando 18 pontos preciosos.
Lando Norris saiu de Shanghai com sentimentos mistos. Oitavo na sprint após um erro na largada, o britânico se recuperou para segundo no GP, mas quase perdeu o pódio por problemas de freio nas voltas finais. Apesar de manter a liderança do campeonato da Fórmula 1, Norris não conseguiu ameaçar Piastri e viu sua invencibilidade pós-Austrália ser abalada por pequenos deslizes.
Liam Lawson continua em crise. Último na classificvação da sprint qualifying e 14º ao final da corrida curta, o neozelandês teve outro fim de semana difícil na Red Bull. No GP principal, terminou em 15º (13º após desqualificações), muito atrás de Verstappen. A pressão sobre sua vaga aumenta, e Shanghai não trouxe sinais de melhora em sua adaptação ao carro. O Japão poderá ser um teste importante, pois é uma pista que ele conhece bem, já que correu de Super Fórmula por lá em 2023.
Carlos Sainz seguiu decepcionando como já havia feito na Austrália. Enquanto Alex Albon conseguiu se manter na zona de pontos, Carlos Sainz foi 17º na corrida curta e 13º no domingo (10º com as desclassificações). A equipe e ele mesmo esperavam mais. Parece ainda não ter se adaptado bem ao carro da nova equipe.
A sprint race foi um show de Hamilton, que usou a pista livre e a aderência do novo asfalto para construir uma vantagem sólida. Piastri e Verstappen completaram o pódio, mas a McLaren já dava sinais de força para o domingo. Na corrida principal, Piastri dominou, enquanto Norris sobreviveu aos freios falhando para garantir a dobradinha. A desqualificação dos Ferraris e de Pierre Gasly (11º original) embaralhou o resultado final, promovendo pilotos como Ocon, Antonelli e Albon.
A Mercedes segue como terceira força, mas a Red Bull pareceu vulnerável, especialmente em ritmo de corrida. No meio do pelotão, Tsunoda e Ocon aproveitaram as oportunidades, enquanto novatos como Lawson e Bortoleto (18º na sprint, 17º no GP) ainda buscam consistência.
A Haas, apesar dos ótimos pontos parcialmente cisrcuntanciais de Ocon, ainda não repetiu o brilho de 2024, e a Aston Martin viu Alonso abandonar pela segunda vez seguida, perdendo potenciais pontos importantes.
O brasileiro Gabriel Bortoleto teve um final de semana de importantes aprendizados, errando na primeira volta da corrida principal, mas depois se recuperando e chegando à frente de seu companheiro de equipe.
O próximo desafio desses 20 pilotos é o GP do Japão, em duas semanas. Sem sprint, a corrida tradicional será um teste de consistência para McLaren, Mercedes e Red Bull, enquanto a Ferrari tentará se recuperar do fiasco técnico.
Eis o resultado completo do GP da China da Fórmula 1:
1º – Oscar Piastri (McLaren)
2º – Lando Norris (McLaren)
3º – George Russell (Mercedes)
4º – Max Verstappen (Red Bull)
5º – Esteban Ocon (Haas)
6º – Andrea Kimi Antonelli (Mercedes)
7º – Alex Albon (Williams)
8º – Oliver Bearman (Haas)
9º – Lance Stroll (Aston Martin)
10º – Carlos Sainz (Ferrari)
11º – Isack Hadjar (RB)
12º – Liam Lawson (Red Bull)
13º – Jack Doohan (Alpine)
14º – Gabriel Bortoleto (Sauber)
15º – Nico Hulkenberg (Sauber)
16º – Yuki Tsunoda (RB)
– Fernando Alonso (Aston Martin) – Abandono por falha nos freios
– Charles Leclerc (Ferrari) – Desclassificado (carro abaixo do peso)
– Pierre Gasly (Alpine) – Desclassificado (carro abaixo do peso)
– Lewis Hamilton (Ferrari) – Desclassificado (desgaste excessivo do assoalho)
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