Para Lula, ditadura boa é ditadura amiga
Presidente petista sempre foi conivente com ditador Nicolás Maduro; agora, torna-se fiador de uma das maiores farsas eleitorais da história
O presidente Lula (e seu governo) deu ao longo da semana inúmeros sinais de que seria o principal fiador na América do Sul da farsa eleitoral de Nicolás Maduro. Começou com uma nota insossa do Itamaraty sobre a crise na Venezuela; depois, houve a manifestação da Executiva Nacional do PT afirmando que o ditador fora reeleito; houve ainda a declaração à TV Globo em que Lula, claramente, tratou uma inédita crise democrática como “algo normal”.
Lula teve chances (e não foram poucas) de corrigir a rota da diplomacia brasileira ao longo da semana. Perdeu todas. Preferiu ficar do lado equivocado da história.
A nota divulgada na noite desta quinta-feira, 1º, pelo secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken é cristalina e não dá margem a dúvidas: o resultado proclamado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela foi “profundamente falho” e produziu um ato jurídico que “não representa a vontade do povo venezuelano”.
Em bom português: Maduro é um golpista
Mas golpe bom é golpe da esquerda, na visão de Lula. Ao longo de um ano e meio, o petista foi um dos principais críticos dos atos de 8 de janeiro de 2023 – a patuscada bolsonarista na praça dos Três Poderes. E, em vários momentos, o petista acusou o ex-presidente de participar de um plano para tentar manter-se no poder à força.
“Não teve golpe não só porque algumas pessoas que estavam no comando das Forças Armadas não quiseram fazer, mas também porque o presidente é um ‘covardão’. Ele não teve coragem de executar aquilo que planejou. Ficou trancado aqui no palácio, chorando durante quase um mês antes de fugir para os Estados Unidos”, disse Lula em 18 de março deste ano.
O presidente petista sempre foi conivente com ditador Nicolás Maduro e seus abusos. O que chama atenção, agora, é que Lula resolveu tornar-se o fiador de uma das maiores farsas eleitorais da história.
Após assumir a Presidência da República, Lula posou de arauto da moralidade e defensor intransigente da democracia em todo mundo. Usou dessa bandeira para afastar-se do bolsonarismo aloprado e até citou esse aspecto como um passivo aos aliados no pleito eleitoral de 2024.
Mas a máscara caiu. Para surpresa de absolutamente ninguém.
Afinal de contas, para Lula, ditadura boa é ditadura de esquerda. As demais são ameaças à democracia.
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