Pablo Marçal e a política de bullying da 5ª série
Debate televisivo, dessa vez da TV Gazeta, foi marcado por trocas de ofensas entre candidatos e Marçal - novamente - deu o tom dos embates
O influenciador digital e ex-coach (como ele mesmo se proclama) Pablo Marçal (PRTB) tem ditado o ritmo dos debates dessa eleição municipal na maior cidade do país. Mas ele o tem feito com ofensas, trocas de acusações, apelidos e xingamentos de quinta categoria que em nada enriquecem o debate público em São Paulo.
O debate promovido pela TV Gazeta em parceria com o site My News foi um maior exemplo disso. Poucas vezes se viu um debate tão vazio em propostas e tão profícuo em xingamentos.
Marçal, definitivamente, incorporou o papel de PGR – Provocador-Geral da República. No debate deste domingo à noite, chamou Tabata de “garota”; nomeou Boulos de “Boules” – em referência ao inacreditável evento em que foi proclamado o hino nacional em linguagem netura; instituiu a alcunha de “bananinha” ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e apelidou o apresentador José Luiz Datena de “Dá pena”.
Irritado, Datena quase vai às vias de fato. Por muito pouco não agrediu Marçal. Ponto – mais uma vez – para o ex-coach. Que conseguiu outra cena inédita para divulgar nas suas redes sociais.
As táticas batidas de Pablo Marçal?
É uma tática batida, típica de eleição de grêmio estudantil. Apequena-se o debate público a partir de apelidos de fácil compreensão… o cidadão – que não é muito fã da política tradicional – aplaude e até simpatiza com esse tipo de candidato que se proclama como antissistema. Mas que de antissistema não tem absolutamente nada.
Marçal pratica o bullying de 5ª série sem a maior cerimônia. A questão é que os demais ‘caem na pilha’. O resultado é óbvio: Marçal é quem comanda as narrativas. Ele é quem pauta. Ele é quem determina o ritmo dos embates.
Na semana passada, eles tentaram não ir ao debate da Veja e perderam. Neste domingo, os concorrentes foram para a lama com ex-coach e perderam mais uma vez. Seria possível deter Marçal? Difícil. Extremamente difícil.
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