O Novo parasita o bolsonarismo
Foto de Zema com Marcel Van Hattem, Deltan Dallagnol e Marina Helena ilustra como o partido parasita o bolsonarismo
A foto do governador mineiro Romeu Zema com o deputado federal Marcel Van Hattem, o deputado cassado Deltan Dallagnol e a pré-candidata à Prefeitura paulista Marina Helena em carro de som neste domingo, 25, ilustra como o partido Novo parasita o bolsonarismo, em nome da “defesa do Estado Democrático de Direito” e da “união em torno de valores e princípios inegociáveis”, palavras usadas por Dallagnol na legenda da imagem no Instagram.
O ato na Av. Paulista, na verdade, foi criado para tentar livrar da cadeia o radical do Centrão que indicou Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República e Kassio Nunes Marques para o Supremo Tribunal Federal, barrou a CPI da Lava Toga enquanto Dias Toffoli blindava Flávio Bolsonaro contra investigações de peculato, gabou-se de acabar com a Lava Jato, fritou Sergio Moro, ajudou a afrouxar a legislação penal e a Lei de Improbidade Administrativa e minou até a manifestação contra a cassação arbitrária de Dallagnol pelo Tribunal Superior Eleitoral, mas que agora posa de vítima do sistema que ele próprio fortaleceu.
Na época da indicação de Aras, o ex-coordenador da força-tarefa anticorrupção foi rotulado pelos blogueiros de crachá como “globalista” e “comunista”, porque a máquina de propaganda de Bolsonaro precisava dar ares de purismo ideológico ao descarte de seu nome, em prol de um nome pró-sistema na PGR.
“Para mudar a sociedade e parar os abusos de poder, precisamos nos unir. Este protesto é um forte ato contra os abusos do STF, que violam nossas liberdades constitucionais. Esse ato é um despertar para os abusos do governo Lula. Essa manifestação é a união da direita brasileira sob um grito de: não vamos desistir do Brasil”, alegou Dallagnol nas redes, ao publicar foto em que aparece com camisa verde-amarela.
Os valores e princípios inegociáveis do combate à corrupção, sabotado por Bolsonaro ao longo de seu governo, foram deixados de lado, porque, à exceção de Kim Kataguiri, os candidatos antipetistas que se afastaram do “mito” tiveram reveses eleitorais, e o Novo prefere colar na direita bolsonarista a manter sua coerência moral, que sempre pode ser emulada com frases de efeito contra a sujeira de Lula e STF.
Com Bolsonaro inelegível, Zema disputa a vaga de herdeiro de seus votos e os membros do partido seguem tentando tirar uma casquinha do eleitorado do ex-presidente.
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