O Brasil ainda é o país das novelas?
O Brasil foi conhecido como “o país das novelas”. Mas será que o público brasileiro ainda mantém a mesma paixão pelo formato?
Por décadas, o Brasil foi conhecido como “o país das novelas”, com produções que não só marcaram a história da televisão nacional, mas também se tornaram referências mundiais, como Escrava Isaura e Avenida Brasil, exportadas para mais de 100 países.
Só que a queda na audiência absoluta das novelas na TV aberta nas últimas décadas levanta a questão: será que o público brasileiro ainda mantém a mesma paixão por esse formato?
Vamos aos números. A audiência das principais emissoras revela um cenário em transformação. No passado, era comum uma novela das nove (que era chamada de novela das 8) atingir 40 ou até 50 pontos de ibope de audiência, algo quase impossível atualmente.
Só que mesmo com essa queda, as novelas continuam liderando as tabelas de audiência da TV aberta.
Isso porque embora o público geral tenha se pulverizado entre outras alternativas de entretenimento, como o streaming, redes sociais e outras plataformas digitais, a novela mantém seu papel central na grade das emissoras, sendo exibidas nos horários em que há mais público na frente das TVs, de noite.
O surgimento do streaming, por sua vez, traz uma nova perspectiva. Enquanto na TV aberta os números são menores do que antigamente, no streaming as novelas têm encontrado uma nova audiência.
Plataformas como Netflix oferecem catálogos variados de novelas clássicas e contemporâneas do Brasil e de outros países, e o público está lá, pronto para assistir na hora que for mais conveniente se a história for boa. A GloboPlay tem, inclusive, produções exclusivas de novelas e minisséries elogiadas pela crítica que nunca foram ao ar na TV aberta.
Essa mudança no comportamento de consumo aponta para uma transformação no modo como as novelas são absorvidas e pode representar um desafio finaneiro se as novelas seguirem custando caro e comercialmente passarem a não fechar as contas.
Para quem assiste, a diversificação das opções de entretenimento é um fator que deve ser considerado. Com a proliferação de conteúdo na internet, das redes sociais e de novas plataformas de vídeo, o público brasileiro está experimentando diferentes formatos de narrativa.
Séries, reality shows e produções internacionais de curta duração vêm ganhando espaço na rotina de muita gente disposta a pagar por isso – só a TV aberta é de graça, lembre – especialmente nas gerações mais jovens.
Isso não significa que as novelas perderam seu charme. Pelo contrário, elas continuam sendo um produto cultural profundamente enraizado no imaginário coletivo do país.
A conclusão é que o Brasil, ao menos por enquanto, ainda é o país das novelas, embora o gosto do público esteja mudando, e esse cenário exigirá que as novas produções nacionais custem menos e entendam e se adaptem a esse novo perfil de espectador mais conectado, com mais opções de escolha e cada vez mais influenciado pela linguagem de produções estrangeiras.
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