Mercado de pilotos se agita no GP da Bélgica de Fórmula 1
O GP da Bélgica teve um final surpreendente, mas não foi só a corrida que foi interessante. O mercado de pilotos também se movimentou.
O GP da Bélgica teve um final surpreendente, mesmo antes da desclassificação do vencedor George Russell, pois mostrou um jogo de forças diferente do que muitos imaginavam entre as equipes da Fórmula 1. Mas não foi só a corrida que foi interessante.
O dia seguinte nos trouxe o anúncio de que Carlos Sainz, hoje na Ferrari, pilotará pela Williams a partir de 2025, recusando o convite da Sauber (Audi) e Alpine, demonstrando ceticismo quanto à capacidade dessas duas equipes de fábrica implementarem projetos vitoriosos.
A oficialização do espanhol também sinaliza que a Mercedes, dona da vaga que ele realmente ambicionava, deve mesmo ficar com o estreante Kimi Antonelli, já que Verstappen deverá seguir na Red Bull.
Outra consequência é que destrava vagas ainda em aberto na Alpine, Sauber e até na RB (antiga Toro Rosso ou Alpha Tauri). Na Sauber o mais provável, dentre as opções na mesa, é que sigam com o finlandês Valtteri Bottas.
Na Alpine, o mais cotado é o novato Jack Doohan, atual piloto reserva da equipe. Pelas bandas da RB, Daniel Ricciardo deve seguir agoniado até o fim do ano numa disputa silenciosa com Liam Lawson, pelo menos até conseguir mostrar o brilho de anos atrás.
Até Sergio Perez, que muito viam como ameaçado de perder o assento na Red Bull, já na próxima corrida, teve sua paz de espírito assegurada por Christian Horner, chefe da equipe.
Mas se continuar se saindo muito pior que Verstappen pode ver seu nome novamente envolvido em rumores de demissão. Agora vamos à análise do GP da Bélgica de Fórmula 1, última corrida antes das férias de 4 semanas da categoria:
Quem ganhou:
George Russel. Convenceu a equipe de que não precisaria parar uma segunda vez para trocar pneus e se mostrou certeiro em manter o ritmo até a vitória final. A sua parte ele fez com louvor. Já a Mercedes…
Lewis Hamilton. Deixou claro que a vitória em Silverstone não foi circunstancial e exibiu ótima velocidade, liderando a maior parte da corrida e encostou em Russell. Embora uma vitória herdada não tenha o mesmo sabor, chegou à marca de 105 triunfos na Fórmula 1.
Mercedes. Apesar do erro primário com Russell tirar boa parte do brilho (seu carro estava 1,5kg mais leve que o permitido, possivelmente porque subestimaram o desgaste de pneus), o ritmo visto na pista deu esperanças de que estão de volta na disputa pelo primeiro lugar.
Oscar Piastri. Mais preciso e seguro na largada que Norris, ainda foi mais rápido na parte final, encostando nos líderes na volta final, chegando a mais um pódio e à frende do inglês.
Esteban Ocon. Teve um ritmo de corrida bastante sólido para o carro que dispõe e chegou novamente nos pontos. Deve estar deixando a Haas, sua equipe do ano que vem, feliz com a escolha que fizeram.
Max Vertappen. Se não disputou a vitória por largar em 11º após fazer a pole, mas perder 10 posições pela troca de um motor, mostrou-se eficiente a ponto de escalar o pelotão até onde seu carro permitiu e abriu mais 2 pontos de vantagem sobre seu maior rival ao título, Norris, segurando-o atrás de si até o fim da corrida.
Quem perdeu:
Mercedes. Por melhor que o ritmo dela tenha se mostrado na pista mostrando solidez mecânica e aerodinâmica, perder uma dobradinha no pódio por um erro primário de cálculo de peso é de amargar.
Red Bull. Numa pista que costumavam dominar, ficaram devendo para a concorrência que os alcançou. Por enquanto não conseguiram reagir e o campeonato está ameaçado.
Sergio Perez. Largou em segundo e chegou em sétimo e porque o vencedor foi desclassificado, senão seria 8º. Outra medida do seu descompasso: chegou 3 posições atrás de seu companheiro de equipe, que largou 9 posições atrás. Isso num momento em que tinha que mostrar serviço.
Lando Norris. Largou mal novamente e com isso já prejudicou sua corrida toda. Para coroar, não conseguiu ultrapassar seu maior rival na pista, que estava bem à sua frente. Apesar de ser incontestavelmente rápido, precisa melhorar seu lado emocional nessas férias.
Sauber. Mais uma corrida com desempenho pífio de uma organização que ainda viu sua cúpula ser substituída dias antes da corrida. Com isso os resultados seguem não vindo e a descrença no projeto de crescimento continua no ar.
Haas. Outra etapa em que ficaram bastante aquém dos bons resultados que conseguiam semanas atrás. Não se adaptaram à pista ou a concorrência evoluiu mais? Aguardemos para ver.
A Fórmula 1 volta às pistas no GP da Holanda dia 25 de agosto. Até lá alguns pilotos poderão ser anunciados. Semana que vem vocês conferem a primeira parte do meu balanço de meio de temporada.
Abaixo segue o resultado final do GP da Bélgica de Fórmula 1:
1) Lewis Hamilton (Mercedes), 44 voltas
2) Oscar Piastri (McLaren/Mercedes), +0.647
3) Charles Leclerc (Ferrari), +8.023
4) Max Verstappen (Red Bull/Honda RBPT), +8.700
5) Lando Norris (McLaren/Mercedes), +9.324
6) Carlos Sainz (Ferrari), +19.269
7) Sergio Pérez (Red Bull/Honda RBPT), +42.669
8) Fernando Alonso (Aston Martin/Mercedes), +49.437
9) Esteban Ocon (Alpine/Renault), +52.026
10) Daniel Ricciardo (RB/Honda RBPT), +54.400
11) Lance Stroll (Aston Martin/Mercedes), +1’02.485
12) Alexander Albon (Williams/Mercedes), +1’03.125
13) Pierre Gasly (Alpine/Renault), +1’03.839
14) Kevin Magnussen (Haas/Ferrari), +1’06.105
15) Valtteri Bottas (Sauber/Ferrari), +1’10.112
16) Yuki Tsunoda (RB/Honda RBPT), +1’16.211
17) Logan Sargeant (Williams/Mercedes), +1’25.531
18) Nico Hülkenberg (Haas/Ferrari), +1’28.307
– Zhou Guanyu (Sauber/Ferrari), +Abandonou
– George Russell (Mercedes), +Desclassificado
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