Marçal, Datena e a distorção da masculinidade Marçal, Datena e a distorção da masculinidade
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Marçal, Datena e a distorção da masculinidade

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Felipe Moura Brasil
3 minutos de leitura 16.09.2024 08:45 comentários
Análise

Marçal, Datena e a distorção da masculinidade

A baixaria de um não justifica a agressão cometida pelo outro. A agressão cometida pelo outro, ainda que mais grave, não torna a baixaria de um menos baixa

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Marçal, Datena e a distorção da masculinidade
Foto: Reprodução/TV Cultura

No suposto debate da TV Cultura que terminou em selvageria no domingo, 15, o candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (à direita na foto), disse ao do PSDB, José Luiz Datena (à esquerda na foto):

“Você é um arregão. Você atravessou o debate [da TV Gazeta] esses dias pra me dar um tapa, aí falou que você queria ter feito. Você não é homem nem pra fazer isso. Você não é homem…”

Leia também: Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Datena então agrediu Marçal com uma cadeira.

“Nossos comerciais, por favor”, pediu o apresentador do programa.

“Seu FDP!”, gritou o candidato do PSDB para Marçal.

Denúncia de assédio sexual

Datena afirmou em seguida que a sogra morreu em decorrência do sofrimento familiar causado pela denúncia de assédio sexual evocada pelo adversário, em processo já arquivado.

Ao evocar o caso, Marçal havia citado um verso sobre “estuprador”, questionado se o rival “tocou na vagina dela” e afirmado que ele “fez, sim, assédio sexual”, “teve que pagar milhões pra pessoa ficar calada” e “não respeita mulher”.

Datena chegou a pegar uma segunda cadeira, mas foi contido pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) e por assessores e seguranças que correram para o palco.

Em resumo: um botou pilha, defendendo que ser homem é dar o tapa que se queria dar, levando os instintos mais primitivos até o fim; o outro caiu na pilha, entendendo que não se deve levar desaforo para casa e que o preço de dobrar a aposta na provocação sobe do tapa para a cadeirada.

Conceito distorcido de masculinidade

Ser homem, no entanto, não é dar vazão a todos os instintos primitivos, mas ter a capacidade de reprimir os que resultem em violência e demais condutas indignas, por mais baixa que seja a provocação e por mais forte que seja o desejo.

A baixaria de um não justifica a agressão cometida pelo outro. A agressão cometida pelo outro, ainda que mais grave, não torna a baixaria de um menos baixa.

Em que pese a diferença de gravidade, ambos os atos ilustram um conceito distorcido de masculinidade pretensamente adulta. Um afeta virilidade por meio da petulância marqueteira; outro, por meio da intolerância bruta.

No embate geracional entre os “machões” das eras da TV e das redes sociais, o Brasil assistiu apenas ao fogo no parquinho da quinta série B.

Leia mais: Marçal x Datena: estamos mesmo em São Paulo, em 2024?

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