O Rio Grande do Sul vive uma de maiores tragédias de sua história. Até esta sexta-feira (10) pela manhã, 113 mortes haviam sido confirmadas; 435 das 497 cidades gaúchas foram afetadas; 337 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas e quase duas milhões de pessoas foram direta ou indiretamente afetadas.

Os prejuízos chegam a, pelo menos, R$ 16 bilhões. Mas esse número será bem maior. Somente teremos uma dimensão exata da dimensão patrimonial dessa tragédia climática assim que baixarem as águas dos rios Taquari e Guaíba, q que não deve ocorrer tão cedo. Afinal de contas, a previsão do tempo é de mais chuva para o Rio Grande do Sul nos próximos dias.

Mesmo assim, mesmo assim, o presidente Lula teve a “brilhante” ideia de ir para Alagoas fazer festa para a sua claque e inaugurar 914 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida em Maceió, Alagoas – terra do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com quem Lula vive uma relação de tapas e beijos.

Um gesto que demonstra insensibilidade e uma completa falta de empatia com a dor do gaúcho.

O presidente da República tem o direito de participar de qualquer ato de inauguração que queira, mas esse não é o momento para isso. É no mínimo um disparate ver Lula sendo ovacionado pela sua claque, ao mesmo tempo em que milhares de pessoas no Rio Grande do Sul não sabem como vão recuperar as suas casas ou como vão refazer as suas vidas.

Caso o presidente da República não lembre, cabe a nós lembrá-lo: segundo dados da Confederação Nacional dos Municípios, aproximadamente 85 mil casas foram destruídas ou danificadas no Estado. Esse número pode ser ainda pior. Somente para se reconstruir os imóveis, serão necessários pelo menos R$ 4,4 bilhões para se reerguer essa estrutura.

Lula se mostra uma indiferença desalmada com a dor do gaúcho ao fazer festa em um outro ponto do país. E a troco de quê? Simplesmente para tentar reerguer a queda de sua popularidade. Uma pequenez sem tamanho.

Detalhe: até este momento, o governo ainda não anunciou nenhuma medida efetiva para reconstrução de casas no território gaúcho e isso, tende, a ficar nas costas do governador Eduardo Leite (PSDB)

Esse era o momento de o presidente da República estar em Porto Alegre, Caxias do Sul, Canoas, Santa Maria, Lajeado… era hora de ele ligar aos prefeitos para lhes prestar solidariedade e ajuda e não simplesmente terceirizar a tarefa para o ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta. Pimenta, inclusive, erra de forma inacreditável ao expor o prefeito de Farroupilha em uma ligação telefônica após o gestor ter criticado publicamente a letargia do governo federal.

Esse, infelizmente, é o governo Lula. Um governo que se preocupa com votos e deixa a dor do mais necessitado (quer seja gaúcho, paulista, carioca, alagoano) em segundo plano. Uma pena.